BE considera "necessárias e urgentes" mudanças na educação
O candidato às eleições legislativas nacionais pelo Bloco de Esquerda Madeira, Rui Ferrão, considerou esta terça-feira, 11 de Janeiro, que são "necessárias e urgentes" mudanças na educação para que as instituições de ensino sejam espaços de aprendizagem para a cidadania, liberdade, conhecimento, cultura, arte e desporto, que garantam "condições de igualdade".
Numa iniciativa junto à Escola Francisco Franco, Rui Ferrão deixou reparos à actual situação da educação em Portugal e defendeu o fim das provas e exames nacionais.
O Programa de Autonomia e Flexibilidade Curricular (PAFC) e a introdução das Aprendizagens Essenciais esbarram com currículos extensos e metas inalcançáveis e com o elevado número de alunos por turma, sendo amputada pela ausência de mudanças na formação de professores. É, inclusive, contraditório aos princípios do PAFC a manutenção dum modelo de avaliação obcecado por exames. É imprescindível acabar com os exames em todos os ciclos de ensino e separar a conclusão do ensino secundário do acesso à universidade. Rui Ferrão, Bloco de Esquerda Madeira
O Bloco de Esquerda destaca a importância de eliminar o abandono escolar e propõe algumas medidas: "A abertura de um processo de reforma curricular, envolvendo efectivamente os docentes e o ensino superior para assegurar a necessária reforma na formação de professores; a gratuitidade de equipamentos informáticos e de acesso à internet; o reforço da acção social escolar e materiais pedagógicos adaptados e diferenciados para os discentes com necessidades educativas; o reforço das respostas de educação inclusiva com a contratação de terapeutas e técnicos especializados; a gestão pública das cantinas escolares com produção local; uma rede pública de creches de modo a que as famílias disponham de serviços de qualidade e geograficamente próximos da residência ou local de trabalho, uma vez que, hoje, abrange apenas 48% necessidades, razão pela qual é mais caro do que a mensalidade da universidade, e que pode representar metade do salário médio".
A candidatura do Bloco de Esquerda está na linha da frente na defesa da Escola Pública e fará eco da indignação perante a irresponsabilidade. Não será complacente com comportamentos negligentes que concorram para a sua fragilidade, particularmente, com as soluções mercantilistas da direita liberal que pretende privatizar o ensino, interessada mais no negócio da educação que na resolução dos seus problemas, gerando clivagens num serviço educativo que se quer de qualidade, inclusivo, o pilar da igualdade e justiça social. Rui Ferrão, Bloco de Esquerda Madeira
A falta de professores constitui, de acordo com o BE, um dos problemas da educação em Portugal, acrescentando que a situação poderá piorar - "até 2030, podem sair 60% do actual corpo docente" -, sendo que a Região será "certamente a vítima maior". O candidato às eleições legislativas defende medidas de valorização da carreira, nomeadamente: "A vinculação extraordinária de docentes precários, a eliminação das vagas de acesso aos 5º e 7º escalões e a criação de um regime de compensação a docentes deslocados".
Terá de encontrar soluções para a inevitável carestia destes profissionais, e encontrar incentivos que atraiam e evitem a sua saída da Região, até porque cerca de metade do seu corpo docente é continental. Será, porventura, o maior problema do sistema educativo, decorrente do envelhecimento (um custo acrescido para o sistema educativo), da precariedade e baixos salários (um custo social), da desvalorização da carreira docente (o PS e a direita impediram a recuperação do tempo de serviço e as progressões), e da falta de interesse de estudantes nos cursos via ensino. Rui Ferrão, Bloco de Esquerda Madeira