Homem que matou ex-companheira nas Romeiras condenado a 23 anos de prisão
Abel Arreiol, acusado de homicídio qualificado por ter desferido várias facadas na ex-mulher, no dia 30 de Dezembro de 2020, foi condenado a uma pena de 23 anos de cadeia. O acórdão foi lido nesta tarde por Teresa de Sousa, do Juízo Central Criminal da Comarca da Madeira.
O tribunal deu como provados os crimes de homicídio qualificado e de violência doméstica, na forma agravada.
O arguido (pois a sentença ainda não transitou em julgado), de 57 anos, era delegado comercial e durante muito tempo foi treinador de futebol das camadas jovens do Clube Desportivo Nacional. Neste último âmbito, as suas qualidades pessoais e profissionais eram muito apreciadas. Mas uma faceta de personalidade sombria emergiu na acusação do Ministério Público, particularmente no tocante ao relacionamento com a ex-mulher, Maria Teresa Passos, uma funcionária dos ‘Horários do Funchal’, que era também muito estimada por quem a conhecia.
Conforme o DIÁRIO noticiou a 17 de Setembro de 2021, durante um ano as discussões foram “habituais” e tinham sempre a ver com a habitação. Nesses momentos, o arguido anunciava à ofendida que se a casa fosse atribuída à mulher, matava-a. A 22 de Dezembro de 2020, o tribunal decidiu entregar o apartamento a Teresa.
“Tendo tido conhecimento dessa sentença no dia 30 de Dezembro de 2020 de manhã, o arguido formulou, nesse momento, o propósito de tirar a vida à ofendida Maria Teresa”, refere a acusação. Assim, pelas 19h30, após deixar o filho nos treinos de futebol, Abel dirigiu-se ao apartamento das Romeiras e iniciou uma discussão com a mulher, tendo depois pegado numa faca de cozinha, que empunhou.
A vítima ainda pediu ajuda, suplicou e tentou defender-se mas acabou por sofrer cinco golpes profundos no tórax e abdómen.
Ao escutarem os gritos desesperados da mulher, os vizinhos acorreram logo ao apartamento, mas o agressor só lhes abriu a porta após deixar a ofendida estendida no chão da sala. A vítima foi transportada ao Hospital Dr. Nélio Mendonça, onde veio a falecer na manhã do dia seguinte.
O arguido foi impedido de fugir pelos vizinhos no dia da agressão, vindo depois a ser detido pela PSP. Desde então encontra-se em prisão preventiva na Cancela.