Sempre com a Madeira
O Governo Regional continua a querer esconder o que António Costa tem feito pela Madeira
O mês passado escrevi um artigo sobre os dinheiros que vêm da República para a Região Autónoma da Madeira e que o Governo Regional procura esconder. Hoje falarei de dinheiros que vieram ao longo do tempo de democracia para a Madeira.
Começaremos pelo Primeiro Ministro Cavaco Silva, que durante dez anos não enviou para a Madeira nem um tostão que fosse. Antes pelo Contrário. Tirou algum do dinheiro que vinha para cá. Enquanto Mário Soares pagou as dividas das Câmaras Municipais da Madeira, Cavaco obrigou as nossas autarquias a irem à banca para pagarem as dívidas. Também recusou o envio de verbas para a ampliação do nosso aeroporto, assim como da construção da Via Rápida Funchal / Aeroporto. Nessa altura Alberto João Jardim tratava-o por Senhor Silva numa falta de respeito para com o Primeiro Ministro.
Seguiu-se António Guterres que não só pagou 75% da divida, no valor de 110 milhões de contos, como também enviou mais de 18 milhões de contos para tapar o buraco da saúde. Tudo isto soma mais de 128 milhões de contos que convertidos em euros correspondem a mais de 640 milhões de euros. Além disso arranjou verbas para a ampliação do Aeroporto, na sua maioria a fundo perdido, assim como para a estrada de ligação ao Funchal. De salientar que a este Primeiro Ministro de Portugal Alberto João chamava de tonto, na sua habitual malcriação. Foi também com Guterres que surgiu a primeira Lei das Finanças Regionais, assim como a sua revisão, passados poucos anos que Alberto João jardim não aceitou. Era um projeto muito melhor para a Madeira e aqui aplica-se aquele provérbio: “ Quem tudo quer, tudo perde”.
Seguiu-se Durão Barroso e Santana Lopes que nada fizeram pela Madeira, que continuou o seu percurso de endividamento.
José Sócrates foi o Primeiro Ministro que se seguiu e veio à Madeira no dia seguinte à aluvião de 20 de Fevereiro de 2010, ver os estragos. Foi logo pedido ao Governo Regional que fizesse a avaliação dos estragos para que a República se solidarizasse com o povo madeirense. Assim aconteceu. Vieram mil e duzentos milhões de euros para a recuperação da destruição da aluvião. Foi tanto o dinheiro que desviaram uma grande parte para outras obras, nomeadamente para a Marina do Lugar de Baixo, com mais de 20 milhões e outras obras que não tinham, nem têm nada a ver com a aluvião. Apesar destes volumosos apoios, Alberto João passava o tempo a atacar o Primeiro Ministro, enquanto não aprovou a Lei de Finanças Regionais que o Presidente do Governo Regional da Madeira queria. A malcriação do costume.
A seguir veio o Passos Coelho e Paulo Portas, que só fizeram mal à Madeira, nomeadamente com a questão do PAEF que obrigou o Governo Madeirense a pagar a dívida oculta feita por Alberto João Jardim, no valor de mais de seis mil e quinhentos milhões de Euros. Alterou a Lei das Finanças Regionais e cobrou juros altíssimos, da ordem dos 3,5% à República, aumentou o IVA de dezasseis para 22%, de 9 para 12% e de 4 para 5%, assim como o imposto sobre os produtos petrolíferos e não permitiu reduções no IRS e IRC. Mesmo assim depois de expirar esse malfadado PAEF o Governo Regional continuou a cobrar os valores mais altos apesar de António Costa ter diminuído o valor dos juros. Convém, aqui e agora salientar que os deputados do PPD eleitos pela Madeira na Assembleia da República, votaram a fazer destas medidas e nem piaram nem chiaram. Sem dúvida que foi o pior Governo da República para a Madeira, o que mais prejudicou os madeirenses, assim como os piores deputados madeirenses na Assembleia da República.
António Costa, é recente e ainda está em exercício pelo menos até meados de Fevereiro, governando com duodécimos devido ao chumbo de uma coligação anti natura do PPD,CDS, PCP, BE, IL e Chega na Assembleia da República votaram contra o Orçamento de Estado, prejudicando assim, também a Madeira. São conhecidas as medidas que António Costa tem tomado em relação à Madeira, desde os 17 milhões de Euros, por ano dos dinheiros dos jogos da Santa Casa, dos ensaios para a vinda do helicóptero para apagar incêndios na Madeira, que o Governo Regional recusava, baseado num parecer verbal em 1976 de um General da Força Aérea, sem ter em conta as alterações tecnológicas desse tipo de aparelhos voadores.
O Governo Regional continua a querer esconder o que António Costa tem feito pela Madeira, nomeadamente na vinda das vacinas contra o Covid 19, que correspondem precisamente a 2,5% do todo nacional que é correspondente à nossa população, os 50% que já está a vir para a construção do novo Hospital que o Governo de Passos Coelho e Paulo Portas recusaram, os 5% do PRR, quando a Região estava à espera apenas de 2,5%, etc, etc…
Tudo isto vem a propósito dos slogans para a campanha eleitoral do PPD que diz que A Madeira Primeiro, mas na realidade os seus deputados na Assembleia da República tem estado sempre contra a Madeira e a favor do seu próprio partido. Recentemente Miguel Albuquerque disse que estava disponível para não votar contra o Orçamento de Estado, mas Rui Rio meteu logo os deputados madeirenses do PPD, logo foi, primeiro o partido. Os do PS/M têm estado “Sempre com a Madeira”. Acontece o mesmo com os Governos da República do PPD que tem estado contra a Madeira e os governos do PS têm estado sempre com a Madeira. Isto vem a propósito da campanha eleitoral que vem aí. Propositadamente não falo da série de pequenos partidos que não conseguirão eleger um deputado, tornado o voto neles como inúteis.