Variante Delta provoca aumento exponencial de casos em São Tomé e Príncipe
O Governo são-tomense vai intensificar ações para travar o aumento exponencial de casos de covid-19 no arquipélago, perante o aumento da variante Delta durante a campanha eleitoral.
O primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, reuniu na terça-feira o Comité de Crise que fez a "análise detalhada da situação epidemiológica da evolução da pandemia da covid-19" em São Tomé e Príncipe.
"Ficou mais uma vez provado, que estamos perante um aumento exponencial de número de casos, fundamentalmente pela variante Delta", anunciou o ministro da Saúde, Edgar Neves.
Segundo o ministro da saúde, na última avaliação realizada, a variante Delta "ultrapassava 70% das pessoas e tudo indica que a tendência é aumentar".
Edgar Neves, considerou que a "movimentação política" durante a campanha eleitoral, "o aumento de números de viajantes", "o grande desrespeito pela não utilização de máscaras, distanciamento social e a falta de higienização das mãos" facilitaram a propagação do vírus.
O ministro da saúde afirmou que a situação da pandemia no país está a agravar-se na medida em que "o número de casos não para de aumentar", pelo que a capacidade de resposta "tem de necessariamente ser reforçada".
A reunião do Comité de Crise concluiu pela "necessidade do reforço e intensificação de forma regular e sistemática das mensagens na comunicação social" e "maior intensidade na comunicação de risco".
Segundo o ministro da saúde, "as forças da ordem [e segurança] e a parte económicas irão intensificar ações no sentido de se elevar ao máximo o nível de cumprimento das medidas sanitárias".
"Por outro lado, atividades de caráter recreativo, terão que ser rigorosamente seguidas, de maneiras que ninguém deixe de cumprir aquilo que está estabelecido", disse o ministro da saúde.
O governante avançou que as medidas também serão intensificadas "ao nível dos aeroportos e o porto" e terão que ser "completamente levadas com maior rigor possível".
O ministro da saúde realçou que o país continua a melhorar a "capacidade de resposta laboratorial" e destacou a importância da vacinação.
"Pelos dados que temos dos doentes que estão internados neste momento [6 pessoas], nenhum deles recebeu, nem a primeira dose da vacina", revelou.
O governante renovou o apelo à população para que "adiram o máximo a vacinação", realçando que os professores e todos aqueles que trabalham em unidades escolares, e o pessoal ligado aos serviços sanitários, "têm que ser vacinados".
Edgar Neves garantiu que "o governo vai continuar a acompanhar muito de perto a situação" e "não hesitará em endurecer as medidas" para "melhorar de forma visível o saneamento do meio no país.
São Tomé e Príncipe registou, terça-feira, mais uma morte por covid-19, ao fim de três meses sem vítimas mortais, elevando o total de óbitos para 38 desde o início da pandemia.
Com os dados mais recentes, o arquipélago conta com 2.697 casos de infeção pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, entre os quais 38 óbitos e 2.468 recuperações da doença.
O arquipélago lusófono conta ainda, oficialmente, com 191 casos sob vigilância, dos quais 187 na ilha de São Tomé e quatro na ilha do Príncipe.
Destes, 185 encontram-se em isolamento domiciliar -- quatro na ilha do Príncipe -- seis pacientes, na ilha de São Tomé, estão internados.