Empresas acusadas de não partilharem com trabalhadores benefícios da retoma do turismo na Madeira
O Sindicato da Hotelaria defendeu, esta tarde, que as empresas do sector (que abrange alojamentos, restaurantes, bares, panificadoras, etc.) partilhem com os seus trabalhadores os lucros que resultam do aumento da produtividade que resulta da retoma do turismo da Madeira, já que até agora “a grande maioria das empresas” não só tem recusado aumentos salariais como também reforçou as condições de precariedade laboral. Esta posição foi assumida no final de um plenário de dirigentes e delegados sindicais que decorreu na sede da organização, no Funchal.
Segundo Marco Gonçalves, jurista do Sindicato da Hotelaria, constatou-se neste plenário um maior número de queixas por atropelos aos direitos laborais – imposição de horários de trabalho, marcação de férias sem negociação, não pagamento de trabalho suplementar ou compensação de trabalho em feriados com dias de descanso, quando não é isso que a lei prevê. “Com a pandemia, pediu-se a toda a gente para apertar o cinto. Mas com a retoma, verifica-se que os patrões têm alargado o cinto e até estão a fazer mais investimentos. Ao mesmo tempo, há um aproveitamento da maioria das empresas para precarizar ainda mais o trabalho. É a desgraça de uns a ser aproveitada em benefício de outros”, observou o porta-voz da reunião de hoje.
Por outro lado, Marco Gonçalves explicou que as empresas estão a recusar aumentos salariais aos seus trabalhadores, argumentando que não há condições para melhorar as remunerações. Ora o jurista do Sindicato da Hotelaria garante que a realidade desmente essa tese: “Há empresas com 300% de crescimento de produção. Devido à retoma as empresas voltaram aos lucros. Há condições para uma actualização salarial em 2021/2022”.