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Principais partidos do Brasil repudiam ameaças de Bolsonaro à democracia

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A plataforma Direitos Já, formada por 16 dos principais partidos políticos brasileiros, expressou hoje o seu "repúdio" às "ameaças" do Presidente do país, Jair Bolsonaro, e dos seus apoiantes ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal e à própria democracia.

"A tradição constitucional brasileira, de freios e contrapesos capazes de fazerem robusta a nossa jovem democracia, está sob risco para servir a um projeto de orientação fascista, capitaneado pelo próprio chefe do poder executivo", diz o documento, divulgado às vésperas de protestos convocado pelos 'bolsonaristas' para esta terça-feira.

O próprio Bolsonaro e os grupos de extrema-direita que o apoiam pretendem tomar as ruas das principais cidades do país nesta terça-feira, quando se comemora o Dia da Independência Nacional, em "defesa da liberdade" e "valores conservadores".

No entanto, os mais radicais têm instado a "invadir" as sedes do Parlamento e do Supremo Tribunal Federal e têm utilizado as redes sociais para promover ameaças e até sugerir o assassínio de juízes.

De acordo com a plataforma Direitos Já, formada por 16 partidos que vão da esquerda à direita mais moderada, Bolsonaro "convulsiona o tecido social ao promover uma campanha de armamento de cidadãos, apropriar-se de data nacional, a Independência, e convocar milicianos armados às ruas em marcha contra um pilar do sistema democrático".

O documento acrescenta que "Bolsonaro encena uma crise política, com atos de golpe explícito, para desviar a atenção do desemprego que grassa; da fome que campeia; da grave devastação ambiental, que acelera a crise hídrica e energética; e da inflação, já definitivamente em ascensão".

O momento, segundo os 16 partidos signatários, "é de grande tensão" e exige que todas as forças democráticas do país permaneçam "vigilantes", especialmente no dia 07 de setembro.

"Que fique garantido àqueles que queiram protestar em favor do Presidente que o façam de modo ordeiro. No entanto, que qualquer atitude atentatória à independência dos poderes, ao primado da lei e à liberdade dos cidadãos seja duramente reprimida e debelada pela autoridade da Constituição, na defesa da ordem democrática", diz o documento.

Entre os signatários estão o progressista Partido dos Trabalhadores (PT), liderado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o Partido da Social Democracia Brasileira(PSDB), do ex-mandatário Fernando Henrique Cardoso e mais alinhado com a centro-direita.

Também é assinado pelos partidos Democratas (DEM) e Liberal (PL), formações de direita muito mais próximas do Governo, mas distantes das posições mais extremas de Bolsonaro.