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Nove funcionários em três ministérios em Pretória envolvidos no desvio de 150 milhões

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Pelo menos nove funcionários em três ministérios do Governo sul-africano foram implicados no recente escândalo de fraude e corrupção pública com verbas para o combate à covid-19, anunciou ontem o ministro da Saúde, Joe Phaahla.

O governante explicou, em conferência de imprensa, que o relatório da Unidade de Investigações Especiais (SIU, na sigla em inglês) implicou seis altos funcionários no Ministério da Saúde, incluindo o diretor-geral, "que já está em suspensão cautelar".

Os restantes três funcionários governamentais, referiu o ministro sul-africano, estão afetos ao Ministério de Agricultura, Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, e ao Sistema de Comunicação e Informação do Governo (GCIS), no âmbito do Ministério da Comunicação.

"No final do dia de hoje, todos os seis funcionários afetos ao Ministério da Saúde receberão cartas de suspensão enquanto se aguarda a conclusão do processo disciplinar e a formalização das acusações", salientou Joe Phaahla, que era vice-ministro do ex-ministro da Saúde Zweli Mkhize à época da contratação da Digital Vibes.

Em comunicado, o GCIS anunciou que a SIU "fez uma revelação contra um membro do GCIS no caso Digital Vibes", acrescentando que a instituição "iniciou um processo para lidar com as conclusões da SIU".

Oficialmente, os contratos governamentais de pelo menos 150 milhões de rands (8,3 milhões de euros), atribuídos pelo ministério da Saúde sul-africano à empresa de comunicação Digital Vibes, destinavam-se a financiar campanhas de sensibilização para o combate à covid-19.

O dinheiro beneficiou Mkhize e o filho Dedani Mkhize, segundo a SIU.

Zweli Mkhize, 65 anos, antigo tesoureiro do Congresso Nacional Africano (ANC), o partido no poder, demitiu-se em 05 de agosto, minutos antes de o Presidente Cyril Ramaphosa anunciar uma remodelação governamental na sequência dos violentos motins que eclodiram em julho após a prisão do ex-presidente Jacob Zuma por desacato à Justiça.

Ramaphosa, que prometeu combater a corrupção endémica no Governo do ANC quando sucedeu a Zuma, em 2018, defendeu na quarta-feira Zweli Mkhize, elogiando o seu trabalho como ministro na luta contra a pandemia da covid-19 no país.

O relatório da Unidade de Investigações Especiais à corrupção milionária no Ministério da Saúde foi apresentado em junho ao chefe de Estado sul-africano.

Os investigadores sul-africanos pedem a acusação dos funcionários implicados e sanções contra o antigo ministro da Saúde.