Novo líder da bancada do PS na Madeira diz que partido é mais do que oposição
O novo líder do grupo parlamentar do PS na Assembleia Legislativa a Madeira disse hoje que o partido deixou já de ser apenas uma força da oposição e tem de continuar a apresentar-se como uma alternativa ao poder.
Numa conferência de imprensa no Funchal, destinada a apresentar uma iniciativa legislativa socialista para resolver o problema da falta de professores em algumas disciplinas na região, Rui Caetano declarou "acreditar no sentido de responsabilidade dos militantes".
Sem querer tecer muitas considerações sobre questões partidárias decorrentes do resultado do PS nas autárquicas de domingo passado, que levou à demissão do atual líder da estrutura regional, Paulo Cafôfo, Rui Caetano sublinhou que os militantes "reconhecem que o PS não é apenas uma força partidária de oposição, mas uma alternativa ao poder".
"Tenho a certeza e convicção de que essas situações do passado não vão ocorrer, antes pelo contrário. O que se prevê é haver consenso e que se encontre solução para que o PS não perca este clima de partido de poder, de alternativa ao poder", afirmou.
O responsável da bancada socialista sustentou que o estado de "ser apenas oposição já terminou desde que Paulo Cafôfo chegou ao PS" na região.
Nas eleições do passado domingo, o PS, líder da coligação que governou a Câmara do Funchal nos últimos oito anos, foi derrotado no principal concelho da Madeira pela coligação PSD/CDS e apenas ficou a governar uma das cinco juntas de freguesia que detinha no município, registando uma pesada derrota eleitoral.
O PSD/CDS-PP venceu com maioria absoluta a governação do município, da assembleia municipal e de nove das 10 juntas.
O PS continua a governar três dos 11 concelhos do arquipélago: Ponta do Sol, Porto Moniz e Machico.
Sobre a proposta legislativa hoje apresentada, Rui Caetano referiu que no prazo de "sete a oito anos" cerca de 700 professores vão estar em idade de aposentação.
O PS pretende que a Universidade da Madeira crie novos cursos via ensino, com a garantia de realização do devido estágio, e que seja feito um estudo profundo sobre as disciplinas que têm mais dificuldades.
"A Secretaria da Educação não está olhar para ao futuro. Está a empurrar problema para a frente", sustentou o agora presidente do maior grupo da oposição no parlamento da Madeira, que detém 19 dos 44 deputados que compõem a assembleia da região. O PSD tem 21, o JPP e o CDS-PP estão representados por três cada e o PCP tem um.
Para o novo líder da bancada socialista, sucessor de Miguel Iglésias - que deixou o cargo depois da demissão do presidente do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, mantendo-se como deputado -, a falta de professores "é inaceitável".
O problema, sublinhou, é recorrente nos últimos anos e o Governo Regional não tem conseguido apresentar "uma estratégia que vise resolver essa questão". Para os socialistas, é, por exemplo, "inadmissível que se contabilizem como faltas os docentes em licença de maternidade ou paternidade".
No seu entender, trata-se de uma "clara tentativa de desviar as atenções do essencial e esse essencial é a falta de professores na região".
O socialista sublinhou ser necessário "um outro olhar para as questões relacionadas com o envelhecimento da classe docente, o facto de não existir qualquer redução do horário dos professores do primeiro ciclo, a não contabilização do tempo de serviço e quotas para aceder ao 5.º e 7.º escalão, bem como a importância de reforçar os orçamentos das escolas".