Marionetes

O governo fez uma remodelação cirúrgica no seu elenco de secretários regionais.

Renomeou Rita Andrade para a pasta da Inclusão que tinha demitido há dois anos, já nessa altura não explicou a saída desta governante, mas provavelmente com peso na consciência fez tudo para que a senhora tivesse uma colocação condigna. Para o efeito alterou a orgânica do Instituto da saúde e criou mais uma Direcção regional.

Agora com a justificação de que o governo tem de funcionar melhor, descarta Augusta Aguiar e volta a colocar Rita Andrade. Inicialmente substituiu Rubina Leal. Depois, já não servia e, agora regressa para melhorar o nível do governo? Afinal em que ficamos?

As pessoas têm dignidade social e famílias. Merecem respeito.

Não são marionetes, utilizáveis e descartáveis.

Neste caso não está em causa o valor e a competência destas pessoas que decidiram dar o seu melhor para uma missão pública. O Presidente do governo que assumiu esta decisão “brinca” com a carreira profissional, com a dignidade dos nomeados e com o dinheiro dos contribuintes que pagam mais para estes ajustamentos e estruturas que são criadas para satisfazer os devaneios de quem decide a governação. E mais, até na despedida elogia e diz que fez um bom trabalho, mas tenha paciência, já não serve…”. Não se pretende com esta reflexão concordar com o prolongamento de funções em cargos que já se arrastam em desprestígio e incompetência. Veja-se o caso do ministro Cabrita que pese embora os sucessivos casos polémicos, o Presidente Costa por amizade e teimosia não substitui. Ou o caso do banqueiro que fugiu de Portugal sem que lhe tivessem apreendido o passaporte. É caso para perguntar se continua tudo bem no respectivo ministério? É claro, público e notório que estes casos podiam ou deviam justificar substituição, o que não se compara obviamente com o que agora aconteceu na Madeira. Até o histórico presidente Jardim veio classificar este episódio como injusto e surrealista.

J.L.