Três adolescentes finlandeses condenados por terem torturado colega até à morte
Um tribunal da Finlândia condenou ontem três adolescentes a penas de oito a 10 anos de prisão por terem torturado e espancado até à morte um ex-colega num caso que horrorizou o país.
O crime de dezembro de 2020, pelo qual os três adolescentes, com 16 anos na altura, foram reconhecidos culpados de assassínio, seguiu-se a vários meses de assédio da vítima.
Segundo a acusação, a vítima, um rapaz também com 16 anos e que vivia num lar de acolhimento, foi agredida "sadicamente" durante várias horas antes de morrer a 4 de dezembro num parque de Koskela, no norte da capital, Helsínquia.
O crime foi classificado de "chocante" pela ministra do Interior, Maria Ohisalo.
O trio de agressores, que conhecia a vítima desde o jardim de infância, declarou-se inocente do homicídio.
A morte foi causada por lesões cerebrais e uma perfuração do pulmão devido a costelas partidas, segundo a acusação. O tribunal reconheceu que os três agiram em uníssono "de forma particularmente brutal e cruel".
O caso também revelou falhas nos lares sociais para jovens na Finlândia. O estabelecimento em que vivia a vítima recusou procurá-la no fim de semana e o corpo só foi encontrado numa segunda-feira, três dias após o incidente.
Os professores também reconheceram ter intervindo "tarde demais" face às dificuldades do adolescente.
Números oficiais indicam que quase um em cada dois jovens, entre os 14 e os 16 anos, que vivem num lar de acolhimento na Finlândia sofreu assédio e ameaças de violência recentemente.