Pedem mais atracções para o Largo da Achada
Texto: Marco Livramento | Foto: Rui Silva/Aspress
Tudo porque o centro da freguesia está deserto. “O que isto já foi, agora até dói ver isto assim”, atira Maria Celeste Fernandes, que ainda assim está expectante em relação à conclusão das obras em curso, pois só nessa altura “vamos ver quais são os benefícios”. E “se precisar vou ao Funchal”, não deixando de reconhecer que as ligações por transportes públicos dentro do concelho está bem melhor. A viver há quase 30 anos no bairro da Nogueira, diz que “em todo o lado há torto e direito” e gosta do sítio onde mora.
Quem também gosta de viver na Camacha é Ana Reis. Apontando evolução à freguesia, esta moradora nos Casais d’Além elogia a recolha de lixo e a frequência dos transportes público. No sentido oposto, não deixa de apontar que “isto aqui é meio morto”, referindo-se à falta de iniciativas que chamem a população local ao centro da freguesia, ou mesmo turistas. Faltam actividades para a população local e atracções para os visitantes.
Sobre a natalidade, um problema que afecta várias localidades, esta camacheira não tem dúvidas de que “há lugares piores”, ainda assim pede medidas adequadas para incentivar as famílias a terem mais filhos. Aproveita para pedir mais alguns serviços no centro da freguesia, para que não tivessem de se deslocar tantas vezes para a sede de concelho ou para o Funchal.
Mas a reivindicações não se ficam por aqui. Ali ao lado, José Rodrigues considera um desperdício de dinheiro as obras que estão a ser feitas no Largo da Achada. Na sua opinião, esse dinheiro seria mais bem empregue na recuperação de algumas habitações que estão bastante degradadas. A necessidade é tal, que este homem, nascido e criado na Camacha, considera que até os seus cães vivem em melhores condições do que ele.
Há vários anos que aguardar pelos apoios prometidos, mas até agora sem grande sucesso. A sua situação não é única, apressando-se a enumerar outras pessoas que passam pelas mesmas dificuldades.
A viver no Rochão do Meio, Angelina Martins diz que a Camacha é desenvolvida, não havendo falta flagrante de nada. Do alto dos seus 75 anos, recorda o passado com saudade, embora nunca faltasse trabalho. E ainda hoje não para um instante, apesar da saúde que por vezes vai faltando. A recolha de lixo feita à segunda, à quarta e ao sábado é mais do que suficiente. Não falta água, não falta luz. O bastante para alguma qualidade de vida. O quadro fica completo com a festa que não dispensa na igreja matriz.