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Rio considera que Balsemão "sofreu imensas traições" mas que "hoje é muito mais duro"

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O presidente do PSD afirmou hoje ter testemunhado que Francisco Pinto Balsemão "sofreu imensas traições" no tempo em que foi primeiro-ministro, sem querer nomear ninguém, mas considerou que em termos absolutos "hoje é muito mais duro".

Rui Rio falava aos jornalistas nos jardins da residência oficial de São Bento, Lisboa, no final de uma cerimónia de homenagem ao VII Governo Constitucional, chefiado por Francisco Pinto Balsemão, em 1981, há 40 anos, promovida pelo primeiro-ministro, António Costa.

Durante esta cerimónia, o antigo presidente do Governo Regional dos Açores e da Assembleia da República, João Bosco Mota Amaral, apontou Balsemão como alguém que fez "política com 'P' grande" e que foi vítima do "mais intenso e menos fundamentado" ataque 'ad hominem' e de "traições mesquinhas" dentro do partido que fundou, o PSD.

Questionado sobre a intervenção de Mota Amaral, o presidente do PSD concordou que Balsemão "sempre fez política com 'P' grande" e referiu que "se dizia que era demasiado evoluído para um país na altura tão atrasado quanto Portugal, que 'seria um bom primeiro-ministro na Noruega, aqui tem mais dificuldade'".

"Na altura ele sofreu imensas traições e imensa oposição, e de que maneira. Eu estava lá, vi isso, mas estive sempre do lado dele", afirmou Rio Rio, recordando que nesse período fez parte do Conselho Nacional do PSD e depois da direção nacional de Balsemão.

Escusando-se a "fazer uma lista e enumerar aqueles que eram os principais adversários do doutor Balsemão", o presidente do PSD disse que foram "dificuldades no relacionamento com o CDS e dificuldades mesmo dentro do próprio partido".

Comparando esse tempo com o presente, acrescentou: "Hoje a informação é muito diferente, os comentários, os jornais, tudo funciona de forma muito diferente, a internet. Na altura era muito diferente. Em termos relativos, não sei se ele foi alvo de mais ataques do que aquilo que hoje eu possa ser, mas em valor absoluto não tenho dúvidas de que hoje é muito mais duro".

Rui Rio disse que nesta sessão de homenagem pôde "reviver muitas situações do passado" e escusou-se a fazer quaisquer leituras sobre eventuais críticas indiretas a Marcelo Rebelo de Sousa no discurso de Mota Amaral ou sobre a relação do atual Presidente da República com Francisco Pinto Balsemão.