Solidariedade na pandemia
O novo coronavírus, a covid 19, parou o mundo e, infelizmente, há que pararmos essa praga, para que mais pessoas não fiquem doentes. Temos que ficar em casa, todos nós, para que não contraiamos a doença, apesar de uma boa parte da população já estar vacinada, para que não a passemos, se estivermos infeccionados. As novas variantes são mais fortes, e a mais recente, a Delta, é muito mais contagiosa e está levando pessoas de todas as idades para o hospital, desta vez. Temos que seguir o protocolo de higiene, largamente e repetidamente divulgado e sair de casa só o estritamente necessário: para ir ao supermecado, à farmácia, ao trabalho, se não houver maneira de levar o trabalho para casa, se bem que o home-ofice está tendendo a acabar, com a vacinação em curso.Cumprir o distanciamento, usar máscara e usar o álcool, ainda.
E ficando em casa, tivemos e temos que nos ocupar, temos que encontrar atividades para ocupar o tempo, pois chega uma hora em que tudo o que podia ser feito em casa já foi feito. Então temos que ter livros para ler, bons programas e filmes para ver, música para ouvir, jogos para nos entretermos, brincadeiras e um menino Rio, esse ser iluminado, para curtir e alegrar tudo, se for possível. Ele, o Rio, é o nosso anjo bom que ajudou-nos a atravessar esses quase dois anosde pandemia.
É tempo de solidariedades e há muitas delas. Queria falar de algumas, dessas que em tempos de ficarmos em casa, nos encantam e nos fazem abençoar o tempo disponível. Falo de iniciativas como a do espetáculo Rua das Pretas, que era apresentado todos os sábados num palacete do bairro Príncipe Real, aqui em Lisboa, pelo cantor e compositor Pierre Aderne e por um grupo de músicos porgugueses e brsileiros. Ele cantava e trazia cantores brasileiros, portugueses – o fado não pode faltar, é claro -, americanos, caboverdianos e por aí afora, numa tertúlia intimista deliciosa, como se fosse na sala da gente, regada a ótimos vinhos.
Não podendo mais abrir o palácio do Príncipe Real, pois não podia haver aglomeração, Pierre fez o espetáculo on line, virtual, e a gente podia ter o Rua das Pretas no aconchego do nosso lar. Pierre ficava no palco improvisado da sua casa no Largo do Carmo, em Lisboa, comandava o espetáculo e cada cantor, de sua casa mesmo, fosse no Brasil, em Portugal ou outro lugar, era colocado na tela do Instagram e do Zoom junto ao apresentdor e cantava, para deleite da gente, dentro de nossas casas. E assim, nos deram de presente o seu melhor produto, o que sabem fazer melhor: a sua música. Para nos embalar a alma, para apaziguar o coração e nos lembrar que, apesar de tudo, não estávamos e não estamos sós. Agora, quando o desconfinamento avança em Portugal, o concerto Rua das Pretas voltou aos palcos e já pode receber algum público.
Essa solidariedade me emociona. Como a da professora de dança Renata, em Florianópolis, que também lança mão da tecnologia e dá aulas de alongamento via instragram. Como a minha professoa de pilares, Amanda, brasileira aqui em Lisboa, que faz a mesma coisa. Elas pensaram em nós, no fato de ficarmos em casa parados e nos possibilitam alongar-nos, com a sua ajuda. Isso não é fantástico?
Como a minha filhota Fernanda que, a partir de sua casa em Nice, no sul da França, nos dava aulas de pilates, para a gente manter uma boa atividade física, para nos mantermos ativos, saudáveis. Isso não é fenomenal? São humanidades, diria eu!
Como a nossa filhota Daniela, que nos dava aulas de educação física, no nosso apartamento na Luzboa, o que também nos ajuda a manter-nos em forma, em tempos tão singulares. E o Rio ainda ajuda a mãe dele nesse trabalho solidário e tão importante para todos nós, com sua alegria de viver contagiante, o seu riso e o seu sorriso.
Isso é tudo! Essas, dentre tantas outras solidariedades, são algumas das solidariedades que continuam e que podem mudar nossas vidas. A generosidade de alguns seres humanos privilegiados que podem salvar a vida de outros seres humanos.
Luiz Carlos Amorim