De Cabul à vergonha de África
“Portugal sai de cabeça erguida. Quem esteve connosco merecia que estivéssemos com eles na situação mais difícil das suas vidas. Frases do Ministro da Defesa a que o senhor Presidente da República acrescentou: esta força foi a Cabul honrar essa dívida de gratidão trazendo para Portugal os afegãos e familiares que trabalharam connosco”. Estes gestos mais que justos de gratidão, trouxeram-me à memória aqueles que connosco conviveram durante cinco séculos e que nos últimos treze, entre 1961 e 1974, também estiveram do nosso lado lutando contra o inimigo comum e que na hora da debandada, foram traiçoeiramente abandonados à sua sorte e muitos milhares deles fuzilados. Portugal, quando fala em pedir desculpa pelo seu passado colonial, aqui tem um bom motivo para o fazer. Em contrapartida, o que se tem visto é Marcelo a condecorar os responsáveis políticos e militares por aquela carnificina.
Jorge Morais