Mundo

Seis penas de prisão perpétua para autor de tiroteio nos EUA

Foto DR
Foto DR

Um juiz norte-americano condenou hoje a seis penas de prisão perpétua, cinco sem possibilidade de liberdade condicional, o autor de um atentado a tiro que há três anos provocou cinco mortos na redação de um jornal de Maryland.

Jarrod Ramos, de 41 anos, declarou-se culpado do tiroteio que em junho de 2018 provocou a morte de cinco trabalhadores do Capital Gazette, um diário local de Annapolis, a capital de Maryland, situada a cerca de 50 quilómetros a nordeste de Washington.

"É escasso dizer que o acusado manifestou um inumano e cruel desdém pela vida humana. O que estou a impor é o que merece o acusado", disse o juiz Michael Wachs durante a audiência que hoje decorreu.

O magistrado condenou Ramos a seis penas de prisão perpétua, cinco sem possibilidade de liberdade condicional, mais 345 anos pelos assassinatos, e ainda a 220 anos adicionais por delitos relacionados com o assalto e posse de armas de fogo.

Apesar de Ramos se ter declarado culpado em 2019 das 23 acusações que enfrentava, em meados de setembro e no decurso do julgamento argumentou que deveria ser considerado "não responsável criminalmente", a versão em Maryland da declaração de incapacidade mental, e que implicaria a sua transferência para um hospital psiquiátrico.

No entanto, o júri considerou que Ramos mantém capacidade mental e emocional, que justificam a imposição das consequências penais.

O tiroteio teve um profundo impacto na redação do periódico, cujos trabalhadores tiveram de lidar com as sequelas psicológicas enquanto tentavam manter o diário, que à semelhança de outros 'media' locais nos Estados Unidos enfrentam grandes dificuldades.

Segundo as autoridades e a procuradoria, Ramos atuou por "vingança" ao irromper em 28 de junho de 2018 no edifício do Capital Gazette e abrir fogo na redação através de uma porta de vidro, provocando a morte a cinco pessoas e ferindo outras duas, antes de se esconder debaixo de uma mesa e ser detido pela polícia.

Três anos antes do tiroteio, o atacante perdeu uma queixa por difamação que tinha apresentado contra o jornal por um artigo de 2011 no qual o Capital Gazette o identificava como abusador de mulheres nas redes sociais, citando documentos judiciais.

De acordo com a procuradoria, Ramos começou a planear o ataque quando se esgotaram as vias legais contra o jornal.