Humanitário, imperioso e inadiável
A total recuperação dos atrasos nos tratamentos dos doentes, tanto dos que já estavam em lista de espera ainda antes de a pandemia acontecer, como dos que continuaram a engrossar essa lista negra durante a pandemia, é um objetivo que deveria ser desde já definido como prioritário e merecer a máxima atenção do Governo Regional da RAM (GRM) no que concerne à aplicação do dinheiro que a UE nos disponibilizou com a finalidade de reverter as consequências nefastas que a pandemia de Covid19 nos trouxe. Seria de todo imperdoável se o GRM não desse continuidade ao excelente trabalho desenvolvido nestes últimos meses no âmbito do controle e combate à pandemia e não fosse capaz de aproveitar os fundos que ora são disponibilizados pela UE, para de uma vez por todas acabar com essa verdadeira chaga social que são as intermináveis listas de espera na Saúde. Como mera sugestão talvez não fosse descabido criar uma task-force a exemplo do que foi feito para a pandemia, com a finalidade de planear e coordenar a estratégia mais apropriada para atingir esse objetivo antes de mais humanitário e de profundo respeito por todos aqueles que foram preteridos no seu direito aos cuidados de saúde, fosse por causa da pandemia ou do que quer que fosse, nomeadamente os que não têm recursos económicos nem sub-sistemas de saúde, que lhes permitam recorrer aos organismos de saúde privados. Lembre-mo-nos que foi também através desse sacrifício que lhes foi exigido que se salvaram muitas vidas de pacientes com a Covid19.Chegou a hora de lhes retribuir pelo seu sacrifício. Cabe ao GRM fazer os acordos necessários e desenvolver sinergias com as várias Organizações Privadas de Saúde não só da RAM mas também do Continente, que poderão desempenhar um papel verdadeiramente crucial para alcançar esse objetivo a 100%. Não sendo de todo um objetivo fácil de atingir é contudo da mais elementar justiça social e sobretudo humanitário, por isso mesmo imperioso e inadiável.
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