Brasil quer reduzir 620 milhões de toneladas de emissões de carbono em 10 anos
O Brasil assumiu na sexta-feira o compromisso de "reduzir voluntariamente" 620 milhões de toneladas de emissões de carbono em 10 anos, considerando apenas o setor de combustíveis de transporte, segundo fontes oficiais.
Num comunicado conjunto, os Ministérios das Relações Exteriores e de Minas e Energia do Brasil informaram que o país participou, na sexta-feira, no diálogo de alto nível das Nações Unidas sobre Energia, realizado de modo virtual à margem do debate geral da 76.ª Assembleia Geral, em que apresentou "dois pactos energéticos voluntários".
Além do compromisso em relação à redução das emissões de carbono, o Brasil apresentou o "pacto em hidrogénio", em que se comprometeu a dedicar recursos públicos à "investigação, desenvolvimento, treino e geração de conhecimento em hidrogénio limpo, de diversas fontes".
"O Brasil deu destaque, ainda, ao programa 'Mais Luz para a Amazónia', através do qual está a ser levada eletricidade limpa e renovável, com fonte solar, para mais de cem mil famílias em áreas remotas e isoladas da Amazónia, na sua maioria populações indígenas e ribeirinhas", destacaram os Ministérios, frisando que com "mais de 98% da sua população conectada à rede elétrica", o Brasil "é exemplo de sucesso em universalização do acesso à energia".
O executivo apontou também que o Brasil é líder em energias renováveis e detém a matriz energética "mais limpa entre as grandes economias mundiais: 47% de energias limpas e renováveis, enquanto a média global é de 14%".
O diálogo de alto nível foi convocado pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para debater exclusivamente o tema da energia, visando garantir o acesso a energia acessível, confiável, sustentável e moderna para todos, assim como a redução das emissões de carbono.
Nesse âmbito, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, discursou no evento, de forma virtual, tendo afirmado que a "matriz energética da maioria dos países, baseada maioritariamente em fontes fósseis, é a principal responsável pela mudança do clima que vivemos hoje", e destacou o protagonismo do Brasil na geração de energia através de fontes renováveis.
"Na transição energética global, para a qual temos dado contribuição significativa como país, não há receita única. Todas as fontes de energia limpa e todas as tecnologias disponíveis, terão papel importante na transição", enfatizou o chefe de Estado.
Nas palavras de Bolsonaro, para o Brasil, a transição energética é uma "enorme oportunidade de modernizar e criar indústrias, impulsionar a inovação tecnológica, atrair investimentos e gerar empregos de qualidade, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida das próximas gerações".