Patrocinado Ordem dos Engenheiros Técnicos . Secção Regional da Madeira

A engenharia técnica na limpeza urbana

As cidades são encaradas como os espelhos da sociedade, assim revela-se de extrema importância o cuidado acrescido na gestão da limpeza urbana, sendo que se verifica a valorização de um local cuja organização e nível de salubridade e limpeza no meio urbano são evidentes.

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Os Engenheiros Técnicos do Ambiente têm um papel determinante na gestão mais sustentável das cidades, no que concerne à recolha de resíduos urbanos e limpeza urbana, sendo que um dos atuais desafios é a necessidade do aumento da eficiência e do crescente recurso às tecnologias de informação, com o objetivo de melhoria da gestão dos serviços prestados.

Com o recurso à tecnologia, verificam-se melhorias de eficiência e a otimização de custos, devido, sobretudo, à otimização de circuitos de recolha e, consequentemente, à diminuição do consumo de combustível, assim como a redução dos custos com a manutenção das viaturas de recolha de resíduos.

De forma a garantir uma limpeza pública, deve-se conhecer a população e os seus hábitos. É também essencial a utilização dos equipamentos adequados e recorrer a equipas de trabalho capazes e multifacetadas, seja para a limpeza de terrenos, ribeiras, recolha seletiva e indiferenciada de resíduos, limpeza e lavagem de ruas, sarjetas, limpeza de espaços e casas abandonadas, corte e manutenção de árvores, como também o controlo de pragas e espécies invasoras que possam surgir nas cidades.

A forma como a cidade é limpa, o potencial da descarbonização, de otimização e ainda o impacto que os equipamentos (varredoras ou veículos de recolha) e trabalhadores têm no território são também fatores essenciais na limpeza urbana.

Por exemplo, o Município do Funchal substituiu os sopradores tradicionais a gasolina por sopradores elétricos, mais económicos e menos ruidosos. O potencial de melhoria na limpeza urbana, através de soluções tecnológicas, da disponibilização de mais e melhores materiais de acondicionamento na via pública, com ecopontos e papeleiras em vários pontos do espaço urbano, permite certamente concretizar objetivos prementes de redução do impacte visual, assim como da otimização de número de limpezas diárias, contudo, como todas as medidas que envolvem cidadania, o fator mais importante é o fator humano.

Assim, e com o retorno à normalidade, os espaços urbanos estão a ganhar uma nova dinâmica de afluência de pessoas, assim como do tipo de resíduos, fica o apelo para a utilização do poder do civismo, da sensibilidade e primazia pelo zelo do espaço urbano sem resíduos.

No âmbito da preparação do Plano Municipal para os Resíduos e Limpeza da CMF foi realizado um inquérito por questionário online entre 29 de Junho a 12 de Julho de 2021.

Este inquérito teve como objetivo auscultar a opinião dos funchalenses relativamente a questões relacionadas com a Limpeza Urbana e a Gestão de Resíduos na Cidade e desta forma melhorar o espaço público e a qualidade de vida do Funchal.

Em suma, 80% dos inquiridos de uma amostra (n= 1 320 pessoas) afirmaram estar muito satisfeitos ou satisfeitos com a limpeza urbana na sua zona de residência.

Os Engenheiros Técnicos do Ambiente têm sido, e continuarão a ser, capazes de criar as condições técnicas, assim como sensibilizar e incentivar a gestão sustentável do espaço urbano.

Contudo, é também, primordial, a ação individual ser digna e coerente. São pequenos gestos individuais, conscientes e responsáveis que irão contribuir para um futuro mais sustentável.

Artigo escrito pela Engenheira Técnica Ana Oliveira, do Colégio de Especialidade de Engenharia do Ambiente.

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