Papel de coitadinha - Cuidado!
O papel de coitadinho não assenta bem a nenhum político, embora todos saibam que a velhinha máxima rende proveitos inesgotáveis. Na Ponta do Sol, Célia Pessegueiro vem fazendo uma campanha assente no já tradicional discurso de vitimização, pois não se cansa de dizer que durante quatro anos não conseguiu fazer mais porque o Governo Regional não permitiu.
Infelizmente, este tipo de comunicação, que promete muito mais nos próximos quatro anos se a população da Ponta do Sol assim decidir, ainda consegue convencer algumas mentes mais desatentas, embora o eleitorado de hoje esteja cada vez mais atento a estes fenómenos.
Célia Pessegueiro, muito bem instruída pelo companheiro, que principescamente se inspira em Maquiavel, escolheu o Governo Regional como inimigo externo para lançar ódio na população e, assim, conquistar a simpatia do povo, como forma de fazer esquecer as insuficiências e a incompetências, num perfeito ato de covardia.
Deitar culpas numa instância superior tornou-se viral e resulta quase sempre, para além de que possibilita esconder fraquezas e o natural pânico de quem vê aproximar-se o dia do juízo final.
Atacar aqueles que estão fora da esfera camarária é uma moda, sobretudo quando feito dentro da própria casa, mas só demonstra que nesta altura é determinante esconder as agonias políticas internas para conquistar simpatias populistas.
Na Ponta do Sol é este o cenário político, em Santa Cruz também, sem esquecer o Porto Moniz. Em todos estes concelhos a culpa foi e é sempre dos outros. Assumir responsabilidades, pedir desculpa por promessas não cumpridas é censurável. O importante é disfarçar com a política da vitimização, vestindo o fato de coitadinhos.
Emanuel Jesus