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Cinzas do Cumbre Vieja devem chegar à Madeira para a semana

Presidente do IPMA diz que a Região deve sentir o impacto da erupção do vulcão a partir da próxima semana, embora de forma reduzida

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Foto EPA/Ramon de la Rocha

Miguel Miranda, presidente do Instituto Português do Mar e Atmosfera, em entrevista à TVI24 na manhã desta quarta-feira, revelou que a Região Autónoma da Madeira deve sentir, embora de forma reduzida, o impacto da erupção do Cumbre Vieja, a partir da próxima semana.

Verificou-se a previsão que tínhamos feito, enquanto a coluna de fumo foi suficientemente reduzida e com condições de vento dominante do quadrante Norte o impacto sobre a Madeira é muito reduzido. Contudo, à medida que tempo avança é normal que uma parte das cinzas penetre em camadas superiores da atmosfera e que venha a ser sentida no Arquipélago da Madeira. De qualquer maneira, sempre com níveis reduzidos de impacto, tanto no que diz respeito a cinzas, como diz respeito ao dióxido de enxofre. Provavelmente a partir da próxima semana. Miguel Miranda

Miguel Miranda lembra que “o sistema não está estável”, e que muito pode acontecer nos próximos dias, sendo que já foi revelado que a erupção do vulcão nas Canárias pode durar até 84 dias. O momento de maior preocupação continua a ser a inevitável chegada da lava ao mar.

A partir do momento em que a lava chega ao mar começa a haver outro tipo de situações. É provável que haja mais emissões gasosas, que têm de ser medidas, é possível que haja, também, desprendimento do material rochoso, para o mar, que vai ter de ser monitorizado e seguido. Estamos em contacto permanente com os nossos colegas da Protecção Civil da Madeira, que têm os seus meios no terreno e estão a estudar todas as situações possíveis. Miguel Miranda

Durante a entrevista, o presidente do IPMA revelou que a inflação do vulcão, o nível que o terreno subiu, está neste momento em 28 cm, e que a lava está, efectivamente, próxima de atingir o mar. Houve, contudo, uma desaceleração.

De momento, a lava propaga-se a uma velocidade de 200 metros por hora, e os Bombeiros das Canárias estão a fazer um esforço de canalização deste material para uma zona de menor impacto nas construções e na população. Miguel Miranda lembra que esta é uma situação de “grande imprevisibilidade”, e pede “serenidade” nas reacções a estes avanços.

O vídeo acima, do jornalista Manuel Mederos para o Canarias7, mostra o fluxo de lava do vulcão que entrou em erupção na ilha de La Palma no passado domingo. Um fluxo que continua sem dar tréguas.

Segundo o Instituto Vulcanológico de Canarias (INVOLCAN), num estudo através das imagens captadas pelo satélite do programa Copérnico, a erupção já cobriu mais de 155 hectares de terra e destruiu 320 edifícios. Desde a manhã desta quarta-feira que o Município de Todoque, representado nas imagens acima, tem sido vítima da lava que continua a avançar.