Drone das Forças Armadas Colombianas violou espaço aéreo venezuelano
A Venezuela denunciou hoje que um veículo aéreo não tripulado (drone) especializado em "missões de reconhecimento aéreo" e pertencente à Força Aérea da vizinha Colômbia, violou o espaço aéreo venezuelano "ameaçando a segurança" nacional.
"As Forças Armadas Bolivarianas (FANB) denunciam a violação flagrante do espaço aéreo venezuelano por uma aeronave de piloto remoto (drone), tipo Hermes, pertencente à Força Aérea Colombiana, facto que ocorreu ontem, segunda-feira, 20 de setembro, pelas 16:48 horas, hora legal venezuelana (21:48 horas em Lisboa", explica um comunicado divulgado em Caracas.
O documento, emitido pelas FANB e assinado pelo ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, explica que o referido drone foi detetado pelos sistemas de exploração (scanning) do Comando de Defesa Integral Aeroespacial, "voando sobre o território do município de Jesús Maria Semprúm, estado de Zulia (oeste do país), dentro da Região de Informação de Voo (FIR) de Maiquetía, a norte de Caracas.
O drone estava a uma altitude de 8.000 pés, tinha uma velocidade de 90 nós e provinha da "FIR de Bogotá sem a devida autorização de voo e sem apresentar o plano correspondente para entrar na República Bolivariana da Venezuela", explica o ministro.
"Este evento constitui uma ameaça flagrante à segurança da nação porque se trata de um sistema militar utilizado para missões de reconhecimento aéreo, que certamente não foi involuntário ou acidental, pois coincide com a presença na Colômbia do Almirante Crayg Faller, Chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, na sua segunda visita a território colombiano este, supostamente para debater questões de 'cooperação em matéria de segurança'", explica o comunicado.
Segundo as FANB há "sinais claros de um estratagema do império norte-americano e do Governo colombiano, o seu indigno e incondicional aliado na região, para construir um (...) falso positivo (coisas que parecem ser o que não são) ou qualquer tipo de incidente que lhes permita continuar a gerar instabilidade e, em particular, torpedear o processo de diálogo (entre o Governo venezuelano e a oposição) que decorre no México".
"(...) No estrito cumprimento das orientações estratégicas emitidas pelo cidadão Nicolás Maduro Moros, Presidente Constitucional da Venezuela, nosso Comandante-Chefe, permaneceremos alerta, vigiando constantemente todo o espaço geográfico venezuelano, para garantir a sua integridade, assim como a nossa liberdade, soberania e independência", concluiu o comunicado.
A Venezuela e a Colômbia partilham mais de 2.219 quilómetros de fronteira comum.