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Governo diz que não há portugueses "em risco iminente" nas Canárias

Até ao momento foram identificados dez portugueses na zona circundante ao vulcão da ilha de Palma, nas Canárias

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Dez portugueses foram identificados, até ao momento, na zona circundante ao vulcão da ilha de Palma, nas Canárias, mas não há cidadãos nacionais "em risco iminente", disse hoje fonte do gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas.

"Foram identificados até ao momento dez cidadãos nacionais na zona circundante ao vulcão", mas "não há cidadãos nacionais em risco iminente", nem se prevê, por agora, a necessidade de retirar esses cidadãos, refere a fonte o gabinete, com base no balanço mais recente da situação.

Ainda segundo o gabinete de Berta Nunes, entre a comunidade portuguesa identificada não há registo de danos materiais.

A situação na ilha de La Palma, no arquipélago espanhol das Canárias, na sequência da erupção do vulcão Cumbre Vieja, "está a ser acompanhada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, através da Embaixada de Portugal em Madrid, e em articulação com o cônsul honorário de Portugal em Tenerife, que mantém contacto com as autoridades locais e com a comunidade portuguesa, entre a qual não foram até agora reportados quaisquer danos físicos ou materiais", refere o gabinete de Berta Nunes.

A Embaixada de Portugal em Madrid "está a contactar todos os cidadãos residentes nos municípios de risco, identificados nos arquivos consulares, e continua igualmente a averiguar a eventual existência de portugueses entre os turistas que se encontram na ilha", adiantou.

As autoridades policiais espanholas informaram que não constam cidadãos de nacionalidade portuguesa no sistema de registo policial dos hotéis de La Palma.

Pelo menos 6.000 pessoas já foram retiradas de casas próximas ao vulcão, após a abertura de uma nova boca eruptiva, disseram hoje as autoridades espanholas.

"Cerca de 500 pessoas" tiveram de deixar as suas casas durante a noite de segunda-feira, confirmou hoje à agência de notícias AFP Lorena Hernandez Labrador, vereadora de Los Llanos de Aridane, uma localidade vizinha gravemente afetado pelos fluxos de lava.

"O aparecimento de uma nova boca eruptiva" na área de Tacande, na cidade de El Paso, levou à "retirada dos habitantes", publicou na rede social Twitter o serviço de socorro de emergência do arquipélago na noite de segunda-feira.

A abertura desta boca eruptiva ocorreu após um novo terremoto com magnitude de 4,1, registado às 21:32 de segunda-feira, horário local (a mesma hora em Lisboa), de acordo com o Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan).

Os fluxos de lava expelidos pelo vulcão Cumbre Vieja, que perderam velocidade, ainda não tinham chegado ao oceano esta manhã quando, segundo previsões preliminares, deveriam ter chegado ao litoral na noite de segunda-feira.

O vulcão Cumbre Vieja expele colunas de fumo que atingem várias centenas de metros de altura e entre 8.000 e 10.500 toneladas de dióxido de enxofre por dia, segundo a Involcan, mas, apesar disso, o espaço aéreo não foi encerrado.

A empresa que administra os aeroportos em Espanha (AENA) anunciou que todos os voos programados para segunda-feira no aeroporto de La Palma foram realizados e que outros 48 estavam programados para hoje.

Esta erupção, a primeira desde 1971 nesta ilha povoada por cerca de 85.000 habitantes, não causou vítimas, mas está a causar danos significativos.

A lava lançada pela erupção vulcânica que começou no domingo na ilha de La Palma cobre 106 hectares de terra e destruiu 166 casas e outros edifícios.

O cálculo foi feito pelo programa de emergência por satélites da União Europeia Copernicus, que publicou hoje uma imagem tirada pelo satélite Sentinel 2 e que reflete a situação na noite de segunda-feira.