Rússia quer promover cooperação internacional na Rota Marítima do Norte
A Rússia quer promover a cooperação internacional na Rota Marítima do Norte (RMN), apresentada por Moscovo como uma alternativa viável ao Canal do Suez, declarou hoje o Presidente russo, Vladimir Putin.
"Trabalharemos com todos os nossos colegas no âmbito do direito internacional, a Convenção (da ONU sobre o Direito do Mar) de 1982", afirmou numa visita à Universidade Naval Nevelski, na cidade de Vladivostok, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
O chefe de Estado russo assinalou que há interesse naquela rota por parte de todos, "incluindo as designadas potências não regionais", adiantando que Moscovo trabalhará "com todos os que o desejem".
Putin recordou que a maior parte da RMN - opção cada vez mais acessível devido ao recuo do gelo no Ártico -- passa pelo território russo, o que dá ao país "enormes vantagens".
"Mas isso não significa que iremos limitar alguém", disse, adiantando que já conversou sobre o assunto com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que expressou o interesse do país em cooperar.
"Também os países da Ásia, tanto a Índia como a China (...) estão interessados. Vamos trabalhar (...) teremos bastante trabalho com o desenvolvimento da frota de quebra-gelos", referiu.
Putin indicou que nos últimos cinco anos a Rússia encomendou a construção de 600 novos barcos, metade dos quais já estão ao serviço.
Isto permitirá aumentar a capacidade de carga da Rota do Norte para 80 milhões de toneladas por ano até 2024.
Em agosto de 2017, o navio metaneiro (que transporta gás natural) "Christophe de Margerie" realizou o percurso entre a Noruega e a Coreia do Sul utilizando aquela rota em apenas 19 dias, 30% menos do que teria gastado se tivesse feito a viagem através do Canal do Suez.