Gonçalo Gomes e Ana Gomes, únicos madeirenses que vão estar em competição no Mundial de Fotografia e Vídeo Subaquático, traçam objectivos ambiciosos.
“Vamos ser campeões do Mundo”, garante Gonçalo, identificando o espanhol, actual campeão em título como o principal adversário. “Já estou a estudá-lo há um mês e meio e investi em aulas de edição de som, para tentar ultrapassar as suas lacunas”.
Quando se fala em metas a alcançar, Ana Gomes também aponta para o topo: “O nosso objectivo é ser campeões do mundo. Há equipas também muito fortes, Espanha sobretudo, e há federações que investem muito e há mais anos do que em Portugal. Mas acho que também conseguimos estar em grande nível e vamos apostar tudo em conseguir os melhores resultados possíveis.”
O par madeirense compete no IV Campeonato do Mundo de Vídeo Subaquático, evento que vai decorrer entre 4 e 9 de Outubro, no Porto Santo, em paralelo com o XVIII Campeonato do Mundo de Fotografia Subaquática.
A confiança exibida é “sustentada nos anos de trabalho e de experiência”.
Gonçalo começou a fazer mergulho em 1989. Depois passou para a fotografia, ainda analógica, e “a atracção pelo movimento” levou-o ao vídeo, em 1992. O videógrafo madeirense tem participado em vários festivais de cinema subaquático, principalmente na área do turismo, onde já ganhou prémios.
Gonçalo Gomes explica que os treinos e a experiência são fundamentais para a realização da prova”. Quanto mais rotinados estiverem, mais rápido vão capturar as imagens necessárias para o trabalho pretendido, que exige rapidez e perícia.
É fundamental conhecer bem o material. A este nível, não podemos perder tempo a procurar menus, por exemplo. A máquina tem de ser uma extensão do corpo, é pensar e fazer. É preciso ser um excelente mergulhador, saber nadar com a máquina, mas também é fundamental ser um excelente editor. E tem de haver um bom entrosamento com a modelo. Gonçalo Gomes, atleta/videógrafo
Ana Gomes é a modelo/assistente da equipa. “Já nos conhecemos há muitos anos, mas é a primeira vez que competimos juntos”, refere Gonçalo.
“A minha primeira experiência de mergulho foi com o Gonçalo, que me tirou também a primeira fotografia subaquática, eu devia ter uns 25 anos. Na altura fiquei entusiasmada com o ‘baptismo’ e tirei logo o curso de mergulho na Madeira, onde vivi até aos 17 anos, altura em que me mudei para Lisboa”, acrescenta Ana Gomes.
Como é ser modelo debaixo de água?
É a primeira vez que a modelo participa em vídeo, mas já acumula larga experiência na área da fotografia.
“A minha função passa por pousar para a objectiva e também por ajudar em tudo o que o fotógrafo ou videógrafo precisar, durante o mergulho”, explica a madeirense, que desempenhou esta função entre 2006 e 2015, sempre na área de fotografia, tendo participado em várias competições internacionais e nacionais.
Ser modelo debaixo de água obriga a alguns requisitos específicos, muito diferentes de uma passagem pela típica passarela.
Para ser um bom modelo é essencial ser um bom mergulhador, ter boa aquacidade. A minha infância na Madeira proporcionou-me um contacto muito grande com o mar e dá-me uma grande vantagem, ou seja o ser madeirense proporcionou-me uma grande ligação ao mar, que é vantajosa neste contexto. Ana Gomes, modelo/assistente
Para o vídeo vai levar a experiência que tem da fotografia.
“Penso que é importante sabermos o que pretende quem está atrás da câmara e tentar perceber que imagens é que vão resultar mais. Já vi muitas imagens, de fotografia e vídeo subaquático, para saber que posições vão resultar melhor. Por exemplo, se levo uma lanterna na mão, sei para onde é que tenho de apontá-la. Também o olhar e a forma como posiciono o corpo são muito importantes no resultado final”, revela Ana Gomes, reconhecendo que as suas competências como modelo se limitam a pousar em ambiente subaquático.
“Não percebo nada de como ser modelo fora de água”, esclarece a madeirense, que é web project manager.
Conheça mais, na edição em papel do DIÁRIO de Notícias deste sábado, sobre a dupla madeirense do clube de mergulho Focus Natura, que vai participar no Campeonato do Mundo de Fotografia e Vídeo Subaquático.
Competição leva 130 atletas de 22 países ao Porto Santo
Vão estar em competição 130 atletas, de 22 países. O evento é organizado pela Associação de Natação da Madeira, com a Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas e a Confederação Mundial de Actividades Subaquáticas, com o apoio do Governo Regional da Madeira, através da secretaria regional de Mar e Pescas e direcção regional do Mar, da Associação de Promoção da madeira, do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza e da Câmara Municipal do Porto Santo.
Há quatro locais oficiais de mergulho para a prova: Corveta Gen. Pereira D’Eça, o “CORDECA”Ginja’s Rock, Cabeço do Poio, CAIC.