Eleições Autárquicas Madeira

"O próximo executivo encontrará uma câmara pronta a governar"

Idalino Vasconcelos faz balanço "claramente positivo" do seu mandato como presidente da Câmara do Porto Santo, apesar da "intoxicação permanente da opinião pública"

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Na sua derradeira intervenção enquanto presidente da Câmara, na última sessão da assembleia municipal do Porto Santo, Idalino Vasconcelos diz ter "a consciência do dever cumprido" e assegura que deixa a autarquia "numa situação bem melhor do que aquela que a encontramos".

Depois de enumerar extensivamente as medidas tomadas pelo seu executivo, que estabeleceu como "prioridade o pagamento e negociação das dívidas acumuladas, numa verba superior a 5 milhões de euros", afirma perentoriamente que "o próximo executivo encontrará uma câmara totalmente arrumada e pronta a governar".

"Pela primeira vez, o saldo de gerência, de 1,5M euros, está a ser utilizado, não para pagamento de dívidas, mas sim para investimento", vinca.

Como exemplos da sua acção à frente dos destinos da autarquia destaca: a compra do edifício de serviços públicos, por 1,5 milhões de euros; a poupança de "cerca de meio milhão de euros" nas "negociações com os diversos credores"; a "maior operação de repavimentação de estradas, com dois procedimentos, com um valor aproximado de 834 mil euros"; a "forte aposta" nas políticas sociais, bem como na Educação e nas políticas de natalidade - "apoiamos, pela primeira vez as famílias, com 500 euros por cada nascimento e investimos, desde 2019, uma verba superior a 35 mil euros" - ou ainda no Comércio, "com um apoio de 60 mil euros". 

Ainda assim, o autarca reconhece que a percepção do seu trabalho e das medidas levadas a efeito pela Câmara Municipal "foi contaminada, devido ao desgaste da pandemia, mas também fruto de outros factores, como a intoxicação permanente da opinião pública".

"Esse fenómeno pôs em causa o trabalho sério e honesto prejudicou claramente o exercício do meu mandato para o qual fui legitimamente eleito", disse.

Admitiu igualmente que existem "projectos adiados", que são "medidas estruturantes e desafiantes para o município que devem envolver o Governo Regional da Madeira", e neste sentido diz ter iniciado negociações com o executivo regional no último ano.

Nomeadamente nas seguintes medidas: "Revisão do PDM; criação de um local central para venda de produtos locais, junto à antiga praça, para colocação de novas e modernas barracas; recuperação da Fonte de Areia; continuidade da requalificação do centro da cidade e melhoria dos espaços verdes; introdução de uma nova moderna sinalética para toda a ilha; requalificação do espaço público e acesso à praia do Ribeiro Salgado; requalificação da zona envolvente da praia do Henrique; requalificação do Parque de Campismo para o transformar numa área totalmente verde; e acesso da estrada da Camacha – Pico Castelo".

Destaca ainda que, "no próximo mandato a construção da nova Unidade de Saúde Local, já anunciada, e que será apresentada amanhã pelo Governo Regional, será uma das obras mais marcantes para a ilha do Porto Santo, para o qual esta Câmara contribuiu para a sensibilização deste GRM".

Deixou ainda mais duas notas:

É preciso estar atento ao Plano de Resiliência e às medidas a implementar no Porto Santo e à aplicação dos fundos.
No próximo mandato serão discutidas duas importantes concessões, a aérea, para a qual já tem sido dado o nosso contributo ao Governo Regional, e a concessão da linha marítima. O desafio desta nova concessão é garantir a mobilidade marítima durante todo o ano.