Pequim apoia decisão da RDCongo de proibir operações de seis empresas mineiras chinesas
A China ordenou, esta semana, que as empresas chinesas que operam ilegalmente na República Democrática do Congo (RDCongo) abandonem o país, numa altura em que o país africano pretende renegociar acordos de investimento com Pequim.
A China deu o seu apoio a uma ordem do governo da província de Kivu do Sul, emitida no mês passado, e que baniu seis empresas mineiras chinesas que operam ilegalmente no país, depois de terem falhado o prazo para registar as suas operações.
A medida ocorre numa altura em que o Presidente da República Democrática do Congo, Felix Tshisekedi, aumenta o escrutínio sobre as atividades de mineração chinesas, o que inclui rever um acordo avaliado em 6 mil milhões de dólares (mais de 5 mil milhões de euros) com investidores chineses, a pedido do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Wu Peng, diretor-geral do departamento para os Assuntos Africanos do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, disse que as autoridades chinesas lançaram uma investigação e "ordenaram que as empresas envolvidas respeitem a ordem do governo local da República Democrática do Congo (...) e deixem Kivu do Sul".
As empresas serão punidas pelo Governo chinês, apontou Wu.
"Nunca permitiremos que as empresas chinesas em África violem as leis e regulamentos locais", disse.
Entre as empresas proibidas de operar na RDC estão a BM Global Business, Congo Blueant Minerals, Orientale Resource Congo, Yellow Water Resources, New Continent Mineral e Groupe Cristal.
O governador da província de Kivu do Sul, Theo Kasi, suspendeu as operações em 20 de agosto e ordenou que todos os funcionários locais e estrangeiros abandonassem o local.
A RDC está sob pressão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para "reparar acordos de mineração desequilibrados, concedidos a empresas estrangeiras", como pré-condição para uma nova linha de crédito no montante de 1,5 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros).
O Presidente do país, Félix Tshisekedi, quer que o acordo no montante de 6 mil milhões de dólares, assinado com a China, em 2008, para a construção de infraestruturas e exploração de minérios, seja renegociado.
A RDCongo controla mais de 60% das reservas mundiais de minério de cobalto.