Militares portugueses em missão europeia regressaram a Portugal
Meia centena de militares portugueses que participaram na missão de treino da UE na República Centro-Africana (RCA), sob comando português no último ano, regressaram esta madrugada a Portugal, informou o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).
"Aterraram há momentos, em Lisboa, 43 militares dos três ramos das Forças Armadas, que integraram, durante cerca de um ano, a Missão de Treino da União Europeia na República Centro-Africana (EUTM-RCA), sob comando português do brigadeiro-general Paulo Neves de Abreu", pode ler-se em comunicado do EMGFA, divulgado esta madrugada.
Na receção aos militares estiveram o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa, o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, o chefe do Estado-Maior do Exército, general José Nunes da Fonseca, e o chefe do Estado-Maior do Comando Conjunto para as Operações Militares, tenente-general Paulino Serronha, segundo a nota.
Portugal comandava esta missão desde setembro de 2020, com um contingente de 61 militares, pertencentes aos três ramos da Forças Armadas, que incluiu seis militares brasileiros.
Em 11 de setembro, o brigadeiro-general português Paulo Neves de Abreu entregou o comando da missão ao general francês Jacques de Montgros, numa cerimónia com o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, em Bangui, capital da RCA.
Com a transferência do comando para França, o número de militares portugueses será ajustado para 20, informou então a tutela.
Portugal participa desde 2016 na EUTM-RCA, tendo sido esta a segunda vez que exerceu o comando da missão.
No último ano, a EUTM-RCA formou "mais de 3.000 militares das Forças Armadas Centro-Africanas (FACA)" e "iniciou diversos projetos para garantir um desenvolvimento sustentado das FACA, sendo disso exemplo os Projetos das Escolas de Oficiais e de Sargentos", apontou o EMGFA.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então presidente, François Bozizé, por grupos armados na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas na anti-Balaka.
Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.