China confina cidade com cinco milhões de habitantes após detectar surto
Os cerca de cinco milhões de habitantes de Xiamen, no sudeste da China, foram hoje colocados em confinamento, após terem sido detetados 32 casos de covid-19, naquela que é uma das mais populosas cidades da província de Fujian.
No conjunto, a província de Fujian registou 60 novos casos, nas últimas 24 horas, incluindo um assintomático.
Análises preliminares citadas pela imprensa local apontam para a presença da variante Delta entre os contagiados.
O jornal The Paper alertou para a entrada em vigor, a partir da última meia-noite local (17:00, em Lisboa), da suspensão dos serviços de autocarros de longa distância, no âmbito de uma série de medidas, que incluem o regresso às aulas 'online', a todos os níveis de ensino, e o encerramento de vários locais públicos.
A imprensa local também indicou que todos os complexos residenciais de Xiamen permanecrão "fechados", para evitar que os residentes saiam. Apenas viajantes com teste de ácido nucléico negativo terão acesso ao aeroporto da cidade, feito, no máximo, 48 horas antes da partida.
De acordo com o jornal South China Morning Post, de Hong Kong, todas as celebrações e eventos do Festival do Meio de Outono, que decorre no próximo dia 21, foram cancelados, enquanto as reuniões em massa, como casamentos, foram proibidas. Os funerais devem ser realizados de "maneira simples", indicaram as autoridades.
As cidades de Putian e Quanzhou (esta última, com mais de 6 milhões de habitantes), também na província de Fujian, registaram casos positivos, como parte do mesmo surto.
No caso de Putian - onde começa hoje a ser feita uma campanha massiva de testes - a imprensa local informou que as infeções estão concentradas numa escola e numa fábrica de calçado.
Na segunda-feira, as autoridades garantiram que o surto deve alastrar-se a mais regiões do país asiático, mas que poderão controlá-lo antes do início do feriado da "semana dourada", que se realiza no início de outubro.
A China pratica uma estratégia de tolerância zero contra o coronavírus, que envolve rígido controlo sobre entradas no país, com quarentenas de até três semanas e vários exames, além da realização de testes em massa, nos locais onde é detetado um novo surto.
O país somou 95.340 casos e 4.636 mortos desde o início da pandemia.
A covid-19 provocou pelo menos 4.627.854 mortes em todo o mundo, entre mais de 224,56 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.866 pessoas e foram contabilizados 1.056.042 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.