Da (in) consciência do voto à próxima pandemia!
Vamos, por momentos, esquecer o COVID 19 e debruçarmo-nos sobre a próxima e grave “pandemia económica “ que em breve entrará pelas nossas portas e vidas.
Não precisamos de ser videntes, altamente estudiosos ou formados na matéria para prevermos o que de grave surgirá para Portugal, no futuro próximo. Naturalmente também para os povos e países de todo o mundo, mas como sabemos que existem potencialidades e mentalidades diferentes que lhes permitirão sair das dificuldades mais rapidamente do que nós, o melhor será mesmo nos preocuparmos com nós próprios.
E temos motivos sérios e extremamente graves para estarmos preocupados.
Porque conhecemos bem o País que temos, que vivemos, que viveram os nossos pais e avós.
E ele pouco muda. Umas épocas melhores, outras piores, mas o rumo sempre igual.
Um Portugal sem credibilidade, quase sempre desequilibrado, dependente de terceiros, um País “ que ninguém leva a sério”, como há poucos anos dizia certa personalidade da vida artística quando lhe perguntaram o que pensavam de Portugal lá no País onde vivia.
- Há 47 anos saímos de um regime ditatorial, com promessas de que tudo seria diferente para melhor, mas passamos simplesmente de pobres (quase) generalizados a ricos endividados.
E enquanto houver alguém que nos dê dinheiro, por empréstimo, por apoio ou por “esmola”, (cada um interprete como quiser) vamos continuar a viver assim. A ter um presente, bom para uns, razoável para outros e mau para a maioria. E um futuro sempre marcado pela incógnita.
E se Portugal não muda, não é por falta de gente com capacidade, pois em quase todas as áreas da vida, (económica, desportiva, artes, na engenharia, na medicina e até na área científica e outras mais) temos gente que em nada fica a dever a muitos outros estrangeiros.
O problema está na política.
Para muita boa gente, infelizmente, quando se diz “toda a gente tem direito à vida” para eles quer dizer que, qualquer um tem direito a ser autarca, deputado, presidente, ministro ou governador disto e daquilo, quando se sabe que não é bem assim.
De modo que -com algumas exceções - este País tem sido entregue a pessoas incompetentes, sem dignidade e sem carater, incapazes de darem outra imagem e outro rumo ao País.
E se durante décadas a culpa não era nossa, (povo em geral) de há quase meio século para cá temos serias responsabilidades por termos o País que temos.
Porque (in) conscientemente temos colocado em lugares muito sérios e importantes, as pessoas erradas, através dos VOTOS que depositamos nas urnas.
- Dentro de dias temos as eleições Autárquicas, daqui por uns tempos as Legislativas e as pessoas que forem eleitas, quer nestas ou nas outras, vão ter que lidar com a tal “ próxima pandemia” que nos referimos e se não forem pessoas idóneas, competentes, responsáveis, o fosso entre ricos e pobres vai agravar-se dramaticamente.
Não podemos continuar a VOTAR, digamos, à toa, sem conhecermos minimamente a quem damos o voto. Sermos insensatos e darmos o nosso voto só pelo facto de o candidato ser apresentado pelo partido de que gostamos.
Uma coisa é ser bom militante, outra coisa é ter capacidade para liderar uma Secretaria, uma Câmara Municipal ou Junta de Freguesia.
Concluindo, ou somos rigorosos, independentes, nas escolhas que fazemos na hora de VOTAR ou o nosso futuro e o dos nossos descendentes ainda vai ser pior do que aquele que imaginamos.
Juvenal Pereira