Vereador eleito pelo PSD lamenta que o partido esteja a ser “assaltado por gente sem carácter”
Arlindo Aguiar defende a máxima: “Primeiro a Madeira e só depois o partido”
Arlindo Aguiar, vereador independente na Câmara Municipal de Santa Cruz, eleito pelo PSD, arrasa aqueles que sem carácter estão a assaltar o ‘seu’ partido apenas pela sede de poder, ao constatar que o PSD é agora um partido invadido por gente que apenas persegue os seus próprios interesses e não o bem comum.
O antigo presidente da Junta de Freguesia de Santa Cruz e actual vereador na Câmara Municipal, através de comunicado, reage “às mentiras” de militantes do PSD, que acusa de tentarem o assassinato público do seu carácter. Eis o teor da nota enviada:
“Tendo chegado ao meu conhecimento que elementos do PSD andam a denegrir a minha imagem em público, com declarações falsas e injuriosas, venho, por este meio, defender a minha honra e a verdade, direito que me assiste como cidadão.
Deste modo, quero aqui deixar claro que as posições que tenho tomado e que ditaram que o PSD me retirasse a confiança política foram motivadas por uma conduta que sempre pratiquei na minha vida pública. Ou seja, sempre cumpri aquilo que o histórico líder do PSD, Dr. Alberto João Jardim, defendia e nos ensinou: primeiro a Madeira e só depois o partido.
E quando falo da Madeira, falo obviamente das pessoas, dos madeirenses, e, no meu caso, dos santa-cruzenses, que foi a população que servi, com honra, nos já 42 anos do meu percurso no poder local.
Não entendo outra forma de estar na política que não seja por um elevado sentido público de serviço aos outros.
Não entendo outra forma de estar na política que não seja o trabalho honesto em prol daqueles que escolhem os seus representantes.
Não entendo outra forma de estar na política que não seja com verdade e transparência.
Para mim, a política não é um palco de vaidades, nem um trampolim para cargos, nem um meio de nos servimos a nós próprios.
Porque quem me conhece sabe que estes são os meus valores, não admito que andem agora uns militantes do PSD a denegrirem a minha imagem, dizendo que as críticas que faço ao meu antigo partido são porque me prometeram tachos numa outra força partidária. Não aceito estas mentiras e este assassinato público do meu carácter, porque essa nunca foi a minha forma de estar.
Mais do que ninguém, sabem as pessoas do PSD que nunca beneficiei de nada, que sempre vivi do meu trabalho e que todos os cargos que ocupei fi-lo com espírito de missão e entrega à causa pública.
E sabem também que as críticas que fiz ao PSD foram motivadas pela circunstância do PSD se ter afastado daquela que era a sua profunda natureza social democrata e estar agora invadido por gente que persegue os seus próprios interesses e não o bem comum.
Porque assim é, queriam que eu votasse contra iniciativas válidas da Câmara Municipal de Santa Cruz, apenas porque eram apresentadas por outro partido que não o PSD. Mas eu não podia, em consciência, votar contra políticas a bem da população, nem contra políticas que são boas em câmaras do PSD, mas já não prestam em câmaras da oposição.
Não, meus senhores, a política não é isto. Não é este terreno minado de interesses, não é este exercício falso de jogadas de bastidores. A política não é esta forma de estar que esta nova gente do PSD pratica. Gente que anda covardemente, e pela calada, na casa das pessoas a denegrir a honra de quem trabalha, a praticar vis assassinatos de carácter com mentiras. A política não é este vale tudo.
Não, não ando à procura de tacho, como nunca andei.
Não, não me vendo, como nunca me vendi.
Honrarei sempre os meus princípios, a educação que me deram os meus pais, os valores que a vida me ensinou e que pretendo guardar para sempre.
Lamento que o partido a quem servi, se tenha esquecido da sua matriz social, se tenha esquecido das pessoas, tenham feito tábua rasa da honra e do serviço público. Lamento ver o partido no qual militei, assaltado por gente sem carácter que quer o poder pelo poder. Gente que quer servir-se e servir apenas alguns e que todos os dias desonra a herança de Sá Carneiro”.