Falhas eléctricas afectam 18 das 24 regiões da Venezuela
Falhas no serviço de abastecimento de energia elétrica estão a afetar total ou parcialmente 18 das 24 regiões administrativas da Venezuela.
As falhas começaram pelas 14:00 horas locais de domingo (19:00 horas em Lisboa), com subidas e descidas de voltagem, com muitos utentes a recorrerem às redes sociais para denunciarem vários apagões.
Segundo as rádios locais, há apagões totais ou parciais de energia elétrica no Distrito Capital (Caracas) e nos estados venezuelanos de Anzoátegui, Arágua, Barinas, Carabobo, Cojedes, Falcón, La Guaira (antigo Vargas), Lara, Mérida, Miranda, Monágas, Nova Esparta, Portuguesa, Táchira, Trujillo, Yaracuy e Zúlia.
As falhas afetaram também o comboio que liga a cidade de Caracas a Los Valles del Tuy (Sul).
Segundo o Observatório Venezuelano de Internet, as falhas elétricas afetam a conexão à rede em Zúlia (76% de queda do serviço), Distrito Capital (73%), Táchira (66%), La Guaira (65%) Mérida (63%) e Trujillo (62%).
Por outro lado, afetam também os estados de Yaracuy (61%), Cojedes (59%), Miranda (57%), Barinas (57%), Apure (48%) e Nova Esparta (39%).
Em 02 de agosto, o Comité de Afetados pelos Apagões (CAPA) recomendou aos venezuelanos que mantenham precauções, alertando que as falhas elétricas na Venezuela iriam continuar, porque o sistema está "muito débil" e há regiões que passam entre seis a 16 horas diárias sem eletricidade.
A recomendação foi feita pela presidente do CAPA, Aixa López, um dia depois de um apagão deixar vários municípios da Área Metropolitana de Caracas e os vizinhos estados de Miranda e La Guaira sem eletricidade, entre eles Baruta, que ficou 90% às escuras.
"O sistema está débil, frágil, e as falhas vão continuar a acontecer. Não é como dizem, que Caracas [capital do país] está 'blindada'. Em qualquer momento, em qualquer estado, podem registar-se descidas [de voltagem] ou apagões", disse Aixa López aos jornalistas.
A presidente do CAPA denunciou que não está a ser feita "manutenção preventiva do sistema elétrico", mas apenas "manutenção corretiva", afirmando que no interior do país a situação "está muito mal", com a população a "viver apagões todos os dias".
Segundo o CAPA, na Venezuela registaram-se 157.719 apagões em 2020, quase o dobro dos 80.700 registados durante 2019.
Em 07 de março de 2019, ocorreu o maior apagão da história da Venezuela: uma falha na Central Hidroelétrica Simón Bolívar deixou o país totalmente às escuras durante cinco dias.
Um ano depois, em 25 de março de 2020, voltou a registar-se outro grande apagão, que afetou pelo menos 16 estados e parte do Distrito Capital.
Em 06 de maio de 2020, 19 dos 24 estados da Venezuela ficaram total ou parcialmente às escuras devido a um apagão que afetou também a Internet e as comunicações telefónicas. Treze dias depois, um apagão voltou a deixar a cidade de Caracas e mais de metade do país às escuras.
Em 21 de julho de 2021, Caracas e outras 12 regiões venezuelanas registaram vários apagões parciais, com alguns utentes a queixarem-se de que ficaram às escuras e outros de que havia subidas e descidas de voltagem.