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Turquia negoceia com ONU devolução de refugiados sírios

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 Tolga Bozoglu/EPA

A Turquia está a trabalhar com a agência de refugiados da ONU (ACNUR) para repatriar os sírios para o seu país de origem, disse hoje o ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu.

A informação do chefe da diplomacia turca choca contra a estratégia da ACNUR em relação à devolução de migrantes para a Síria, um país que a organização das Nações Unidas ainda considera demasiado perigoso para receber refugiados de regresso.

"Agora estamos a receber melhor apoio da comunidade internacional para o retorno seguro e a repatriação de refugiados", disse Mevlut Cavusoglu.

"Estamos a trabalhar para repatriar refugiados, especialmente na Síria, especialmente com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados", informou o chefe da diplomacia turca

Um porta-voz do ACNUR na Turquia não respondeu para já aos comentários de Cavusoglu, mas é público que a agência da ONU se opõe à repatriação forçada, apesar de já ter negociado com a Turquia os termos de uma permissão do retorno voluntário à Síria.

A Turquia tem a maior população de refugiados do mundo, enquanto o Líbano, a Jordânia e o Iraque também abrigam um número significativo de sírios.

Cavusoglu falava durante uma cerimónia na província de Antalya, no sul, após uma visita à Turquia, dias antes, do chefe da ACNUR, Filippo Grandi, durante a qual este se encontrou com Cavusoglu e com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Grandi agradeceu à Turquia por acolher 3,7 milhões de sírios e 330.000 outros refugiados e requerentes de asilo, a maioria afegãos.

Cavusoglu disse que a comunidade internacional deve trabalhar em conjunto para resolver os problemas da migração.

"Não é correto olhar para esta questão do ponto de vista da segurança", disse o chefe da diplomacia turca, acrescentando que também "é errado olhar para esta questão de uma forma racista e fascista".

Em 2016, a Turquia assinou um acordo com a União Europeia para impedir que os sírios transitassem para a Europa, em troca de financiamento, depois de mais de um milhão de migrantes da Síria e de outros lugares terem entrado na União Europeia, em 2015.