Pandemia: o Funchal nem uma renda perdoa
A atividade turística, como a maior parte dos setores de atividade na Madeira e Porto Santo começaram a retomar a sua atividade nos últimos meses, depois de um período largo sem clientes e com os custos fixos a acumularem-se.
Nesse período de grandes incertezas, o Governo Regional decidiu criar linhas e programas de apoio às empresas, com o objetivo de, não só as segurar, mas também aos seus postos de trabalho.
Esse objetivo foi felizmente alcançado a bem das empresas e, sobretudo das famílias que, de uma forma geral, ainda que com alguma quebra temporária de rendimentos, mantiveram o emprego e hoje vivem já uma situação laboral e de rendimentos normalizada.
Esta foi, a par das medidas para a defesa da saúde, uma questão crucial para a região autónoma.
Fiquei há poucos dias muito surpreendido com a notícia que a Câmara Municipal do Funchal não isentou os comerciantes do Mercado dos Lavradores do pagamento de rendas durante o período mais crítico da pandemia, isto é, quando o turismo e a atividade económica eram inexistentes.
Surpreendido atendendo ao facto de a certa altura o PS Madeira ter exigido do Governo Regional ainda mais esforço financeiro no apoio ao tecido empresarial da Região.
Esperava que, com tanta exigência, uma câmara socialista, no mínimo, isentasse os comerciantes do Mercado do pagamento das suas rendas.
Afinal não. Concederam-lhes uma moratória, ou seja, terão que pagar mais tarde as rendas de uma série de meses à Câmara do Funchal mesmo que a atividade tenha sido zero, nula, sem qualquer receita.
Pergunto-me: como é que o ainda presidente de câmara diz apoiar o comércio e os comerciantes quando lhes cobra rendas num período de extrema dificuldade como todos sabemos?!
Emanuel de Jesus