Conselho de Ministros decreta, via electrónica, luto nacional e cerimónias fúnebres
O Conselho de Ministros aprovou hoje, por via electrónica, o decreto que declara luto nacional entre sábado e domingo em homenagem ao ex-Presidente da República Jorge Sampaio, e a realização de cerimónias fúnebres de Estado.
Jorge Sampaio, antigo secretário-geral do PS (1989/1992) e Presidente da República (1996/2006), morreu hoje aos 81 anos, depois de ter estado internado no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, desde 27 de agosto, com dificuldades respiratórias.
Em comunicado, o Conselho de Ministros destaca Jorge Sampaio como "uma personalidade incontornável da vida política portuguesa".
"Ainda estudante, participou na oposição à ditadura do Estado Novo, tendo sido um dos líderes da crise académica de 1962. Como cidadão e advogado defendeu vários presos políticos e prosseguiu a luta pela instauração da democracia em Portugal. Depois do 25 de Abril, foi membro do Governo, deputado e líder parlamentar, assim como presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Foi ainda secretário-geral do PS", lê-se no comunicado.
O Governo salienta também que o antigo Presidente da República entre 1996 e 2006 exerceu posteriormente "elevadas responsabilidades internacionais, entre as quais as de representante do secretário-geral das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações e de enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Luta Contra a Tuberculose".
"Dedicou uma especial atenção a múltiplas causas cívicas e humanitárias, delas se destacando a fundação da Plataforma Global de Apoio aos Estudantes Sírios. Nas suas funções profissionais, cívicas, partidárias e institucionais, Jorge Sampaio sempre se distinguiu pela profunda cultura democrática, sensibilidade social, humanismo, sentido ético, serviço público, e constante compromisso com Portugal e com todos os portugueses", indica-se na nota do executivo.
O Conselho de Ministros refere, ainda, que Jorge Sampaio foi "um firme defensor da construção europeia, do multilateralismo e da cooperação internacional".
"O falecimento de Jorge Sampaio constitui uma enorme perda para o nosso país. Teve sempre um olhar de futuro com desassombro e determinação, procurando sempre encontrar uma solução para os problemas numa clara perspetiva de sustentabilidade e durabilidade. A sua vida é uma lição para todos, uma referência moral e cívica que o tempo não apagará e que nos cabe a todos manter viva", acrescenta-se no comunicado.