Museu da Imprensa apresenta sentidas condolências pela morte do "Presidente da Cultura"
A direcção da Associação Museu da Imprensa apresenta sentidas condolências pela morte do "Presidente da Cultura com utopias dentro do peito" que foi Jorge Sampaio. Através de nota emitida, a direcção dá conta de que o ex-Presidente da República participou em pelo menos um dúzia de actividades do Museu Nacional da Imprensa.
O Museu da Imprensa recorda momentos e destaca um pensamento: "Jorge Sampaio deixou-nos sementes das utopias que tinha dentro do peito".
O MNI foi privilegiado pelo "Presidente da Cultura" que, durante os dez anos de magistratura presidencial, estimulou o nascimento, o crescimento e a diversidade de ações desta instituição sem fins lucrativos e de utilidade pública. Jorge Sampaio presidiu à inauguração do Museu em Abril de 1997 e participou em várias actividades no Porto e em Lisboa, mostrando sempre a sua grande sensibilidade para os temas da cultura e do jornalismo. A sua presença foi sempre estimulante, tanto nas palavras como nos textos enviados para catálogos. Por isso mesmo, em Março de 2006, pouco antes de deixar a presidência, Jorge Sampaio recebeu o diploma de Sócio Honorário nº 1 da Associação Museu da Imprensa. Na cerimónia, que decorreu no Museu, foi-lhe entregue uma caricatura especial de Georges Wolinski, enviada de Paris e que muito o sensibilizou.
A marca de Jorge Sampaio no Museu Nacional da Imprensa continuou para além da presidência da República e, em 2009, ficou plasmada no catálogo do Concurso Europeu de Cartoon "Diálogo Intercultural", já na qualidade de Alto Representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações. Além de saudar a iniciativa do Museu, Jorge Sampaio apelou a uma nova atitude "indispensável se quisermos construir um futuro sustentável para Portugal". Esta nova atitude está bem especificada " na partilha do espaço público em que convivem sempre mais e diversos grupos étnicos, culturais e religiosos; ... em relação à nossa identidade singular e colectiva, aos valores que a talham, às componentes que se entrelaçam de forma dinâmica e aberta". Mais: "Um nova atitude, por fim , em relação à forma de estar na nossa aldeia global, em que nada está totalmente isolado e em que o destino da humanidade se joga". Defendendo "novas formas de patriotismo em torno do conceito de cidadania" e dizendo que "não basta assinar tratados", Jorge Sampaio indica um caminho: "Precisamos de aprofundar a agenda do diálogo intercultural no contexto das relações internacionais e conferir-lhe prioridade máxima".