Costa destaca sentido cívico, militância e convicção no exercício de todas as funções
O primeiro-ministro destacou hoje o sentido cívico, militância e convicção com que Jorge Sampaio desempenhou múltiplas funções, desde a liderança do movimento estudantil contra a ditadura, a Presidência da República e o auxílio aos refugiados sírios.
Jorge Sampaio, antigo secretário-geral do PS (1989/1992) e Presidente da República (1996/2006), morreu hoje aos 81 anos, no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, onde foi internado no dia 27 de agosto, com dificuldades respiratórias.
Na sua declaração, feita a partir de São Bento, António Costa, que foi um dos dirigentes socialistas mais próximos de Jorge Sampaio, considerou que o antigo Presidente da República exerceu sempre as suas funções políticas "com o mesmo sentido cívico de militância e convicção com que em 1962 assumiu a liderança do movimento estudantil de combate à ditadura".
"Nos últimos anos, já não tendo nenhuma função oficial, assumiu o encargo de lançar uma grande plataforma internacional para que os refugiados sírios pudessem prosseguir os seus estudos universitários e concluí-los com sucesso. Para Jorge Sampaio, o exercício dos seus múltiplos cargos políticos foi sempre e só mais uma forma de exercer a sua cidadania", sustentou o primeiro-ministro.
António Costa, que foi diretor de campanha da primeira eleição presidencial de Jorge Sampaio, em 1996, assinalou também que o antigo chefe de Estado exerceu funções executivas nos difíceis tempos dos governos provisórios logo após o 25 de Abril de 1974.
"Jorge Sampaio foi deputado apaixonado, líder parlamentar [do PS] num momento em que a democracia já estava consolidada e deu um contributo notável ao prestígio do Poder Local democrático concorrendo e vencendo por duas vezes as eleições para a presidência da Câmara Municipal de Lisboa. Finalmente, exerceu o mais alto magistério, sendo eleito e reeleito Presidente da República, honrando o lema com que concorreu: Um por todos e todos por um", apontou.
Perante os jornalistas, António Costa dirigiu as suas primeiras palavras à mulher do antigo chefe de Estado, Maria José Rita, aos seus filhos Vera e André, ao irmão Daniel Sampaio, aos seus amigos e ao PS, partido em que foi secretário-geral entre 1989 e 1992
"Com todos, partilho um profundo sentimento de tristeza e de perda neste momento", acrescentou o líder do executivo.