Madeira

Madeira foi a única região onde as construções novas para habitação familiar diminuíram

Foto Shutterstock
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No 2º trimestre de 2021 foram licenciados 6,5 mil edifícios em Portugal, +27,1% face ao mesmo trimestre do ano anterior (+8,3% no 1º trimestre de 2021). Na Madeira, neste período, foram licenciados 102 edifícios (+1,0%). Pior, só mesmo o Alentejo, que com +0,5% mas de 430 licenciamentos, são as duas regiões que estão abaixo dos dois dígitos.

Segundo dados divulgados hoje pelo INE, "este valor supera em 9,3% os edifícios licenciados no 2º trimestre de 2019 (período pré-pandemia COVID-19). Os edifícios licenciados em construções novas aumentaram 27,3%, +14,7% face ao 2º trimestre de 2019 (+9,8% no 1º trimestre de 2021). O licenciamento para reabilitação registou um crescimento de 25,4%, traduzindo-se num decréscimo de 6,7% em relação ao 2º trimestre de 2019 (+2,9% no 1º trimestre de 2021). Os edifícios concluídos cresceram 3,3% (+5,6% no 1º trimestre de 2021; +7,9% face ao 2º trimestre de 2019), totalizando 3,7 mil edifícios", resume a autoridade estatística nacional.

Os dados referentes à Madeira apontam para números muito modestos, em contraste com a generalidade das outras regiões, inclusive dos Açores, sendo que o que mais se destaca em termos de licenciamentos é o aumento de 32% da área licenciada, pois no que toca aos licenciamentos de construções novas para habitação familiar diminuíram 2,3%.

"A Região Autónoma da Madeira foi a única a apresentar uma variação homóloga negativa desta variável (-2,3%). Em todas as restantes regiões se registaram aumentos nesta variável, salientando-se o Algarve (+110,0%) e a Área Metropolitana de Lisboa (+41,7%)", aponta a o INE.

Já quanto às obras concluídas, diz o INE: "As regiões da Área Metropolitana de Lisboa, Algarve e Alentejo apresentaram um decréscimo homólogo nos edifícios concluídos (-13,0%, -2,4% e -1,0%, respetivamente). Nas demais regiões foram observadas variações homólogas positivas, destacando-se a Região Autónoma da Madeira (+37,1%)."

Reflexo de um período complexo devido à covid-19 e à aceleração ocorrida desde aquele período em que o sector foi obrigado a trabalhar com muitas restrições, embora nunca parando, temos neste 2.º trimestre de 2021 números avassaladores.

"As regiões da Área Metropolitana de Lisboa e do Algarve observaram decréscimos no indicador relativo às obras concluídas em construções novas (-14,0% e -1,7%, respetivamente). Pelo contrário, as restantes regiões assinalaram crescimentos nesta variável, destacando-se as Regiões Autónomas da Madeira (+47,7%) e dos Açores (+25,5%)", diz o INE.

E acrescenta: "As obras concluídas para reabilitação aumentaram 4,4%, suportadas pelos crescimentos na região Norte (+17,9%), Região Autónoma da Madeira (+11,1%) e no Centro (+3,3%). Nas restantes regiões verificaram-se reduções, com maior prevalência no Alentejo (-16,7%)."

Também neste período do 2º trimestre de 2021 (Abril, Maio e Junho) "foram concluídos 4,5 mil fogos em construções novas para habitação familiar, correspondendo a um acréscimo de 7,1% face ao 2º trimestre de 2020 (+28,1% no 1º trimestre de 2021). Estima-se que este crescimento tenha abrangido as regiões da Área Metropolitana de Lisboa (+41,9%), Alentejo (+26,9%), Região Autónoma dos Açores (+25,6%), Região Autónoma da Madeira (+18,8%) e Algarve (+12,2%). As regiões do Norte e Centro terão observado decréscimos neste indicador: -9,1% e -1,0%, respetivamente".

Nota ainda para a área licenciada concluída que no 2.º trimestre deste ano disparou de forma assinalável, +195%, confirmando o 'travão' sofrido em 2020, que depois obrigou a acelerar os trabalhos, resultando nestes valores pouco habituais. A questão é que esse ímpeto parece agora estar refreado, bastando ler o que se escreveu sobre os licenciamentos no período.