O exército israelita fez hoje na Cisjordânia ocupada mais detenções de familiares dos seis palestinianos que ainda estão foragidos após a fuga de uma prisão israelita, disse uma organização de defesa de detidos.

As forças israelitas deslocaram reforços na Cisjordânia e realizam uma vasta caçada desde a fuga, na segunda-feira, desses palestinianos, membros de grupos armados, por meio de um túnel cavado na prisão de alta segurança de Gilboa (norte).

Dois irmãos e uma irmã de Mahmoud Ardah - preso desde 1996, condenado à prisão perpétua e apresentados pelos meios de comunicação locais como o cérebro da fuga - foram detidos hoje pela manhã pelo exército na aldeia de Arraba, perto de Jenin, no norte da Cisjordânia, informou o Clube de Prisioneiros Palestinianos.

Outros familiares dos fugitivos, todos da área de Jenin, foram presos na quarta-feira e estão detidos, segundo a associação palestina.

Questionado pela agência de notícias AFP, o exército israelita, que ocupa a Cisjordânia desde 1967, recusou-se a comentar sobre essas últimas detenções imediatamente.

O sistema de justiça israelita proibiu os detalhes da investigação sobre a fuga, enquanto a imprensa local tenta levantar o véu sobre este assunto embaraçoso e delicado para o Estado judeu.

Uma comissão governamental de inquérito deve ser criada para examinar as circunstâncias da fuga.

As autoridades israelitas dizem temer principalmente que os seis fugitivos realizem ataques.

A fuga dos prisioneiros através de um túnel foi motivo de euforia e excitação nas ruas palestinianas, onde muitos veem os fugitivos como heróis, protagonistas de uma fuga que fez troça do sistema de vigilância israelita e dos serviços de segurança.

O episódio fez recear um possível novo surto de violência na região.

Grupos palestinianos convocaram manifestações de apoio aos fugitivos e prisioneiros em diferentes partes da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, onde foram relatados confrontos com as forças israelitas nos últimos dias.

Os grupos islamistas Hamas e Jihad Islâmica convocaram para hoje o Dia da Ira e instaram os palestinianos a mobilizarem-se em apoio dos prisioneiros.

Um grupo filiado no Hamas reivindicou, na quinta-feira, a responsabilidade pelo lançamento de balões incendiários de Gaza para Israel, ações que recentemente tiveram como retaliação bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza.