Governo da Madeira invoca antigo presidente que "fazia do diálogo uma das principais armas"
O Governo Regional manifestou, através do presidente Miguel Albuquerque, o "seu mais profundo pesar pela morte, hoje, do antigo Presidente da República, Jorge Sampaio".
"O executivo madeirense endereça à família enlutada, neste momento de grande tristeza, os mais sinceros pêsames e associa-se à sua dor de um dos grandes nomes da Política e de Portugal dos últimos anos", lê-se na nota de imprensa divulgada pelo Gabinete do Presidente do Governo Regional.
Jorge Sampaio faleceu hoje Hospital de Santa Cruz, em Lisboa. Tinha 81 anos. Foi, para além de Presidente da República, presidente da Câmara de Lisboa, secretário-geral do PS, alto representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações. Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios.
Nascido em Lisboa, a 18 de setembro de 1939, Jorge Fernando Branco de Sampaio estudou nos liceus Passos Manuel e Pedro Nunes antes de se licenciar em Direito, na Universidade de Lisboa, em 1961. Exerceu advocacia, sobretudo na área das licenças e patentes.
Em 1962, nos protestos estudantis que se realizaram em Lisboa, foi um dos líderes do mesmo. A sua carreira ficou marcada ainda pela defesa de presos políticos.
Foi fundador do Movimento de Ação Revolucionária (MAR), e, já depois do 25 de Abril de 1974, fundaria o Movimento da Esquerda Socialista (MES). Seguir-se-ia a Intervenção Socialista e, em março de 1975, foi secretário de Estado da Cooperação Externa, no governo de Vasco Gonçalves. Em 1978 adere ao Partido Socialista.
Em 1979 seria eleito deputado por este último partido. Em 1989 chegaria a presidente da Câmara de Lisboa. Nesse ano, ainda assumiria a liderança do Partido Socialista, cargo que manteria até 1992, altura em que António Guterres passou a comanda os destinos socialistas.
Foi eleito Presidente da República em 1996, sendo reconduzido para um segundo mandato em 2001.
"É este ilustre Português que o Governo Regional recorda, sublinhando os relevantes serviços por ele prestados em nome do País. Era homem de convicções fortes, mas que fazia do diálogo uma das suas principais armas e que não tinha medo de assumir as causas que considerava justas", reconhece o governo madeirense.