Madeira

"Descarbonização dos transportes deve assegurar acessibilidade e coesão territorial das RUP"

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O Parlamento Europeu está a debater o 'Fit for 55' - o pacote legislativo que visa cumprir a meta da União Europeia de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em pelo menos 55% até 2030, em comparação com os níveis de 1990. As propostas legislativas afectarão vários sectores, em especial os transportes.

Hoje, na Comissão de Transportes e Turismo (TRAN), Sara Cerdas questionou a Comissão Europeia, representada pela Directora-Geral Adjunta da DG MOVE, Maja Bakran, sobre "como vai assegurar acessibilidade aos meios de transporte sustentáveis, garantindo ao mesmo tempo que ninguém seja deixado para trás nesta transição verde, e como neste novo pacote legislativo pretende reflectir as necessidades específicas das regiões ultraperiféricas (RUP), de forma a assegurar uma maior coesão territorial".

A eurodeputada está relutante em relação à proposta apresentada pela Comissão Europeia de incluir o transporte rodoviário no Comércio Europeu de Emissões de Carbono (ETS), considerando que a medida em questão "deve continuar a garantir a acessibilidade a meios de transporte sustentáveis sem prejudicar o consumidor final", uma vez que a inclusão dos transportes no ETS poderá envolver, numa primeira fase até que a indústria possa estar totalmente descarbonizada, custos adicionais ao sector.

“Nós sabemos que os transportes têm sido cruciais no nosso dia-a-dia e têm permitido concretizar um espaço de livre circulação. No entanto, também sabemos que é um sector altamente poluidor e  temos assistido a uma tendência de aumento de emissões ao longo dos últimos anos”, apontou Sara Cerdas na sua intervenção.

Para garantir que esta transição e assegurar a necessária redução de 90% das emissões até 2050, Sara Cerdas salienta que a revisão das normas de desempenho de CO2 em automóveis, junto com a revisão da Directiva sobre infra-estruturas para combustíveis alternativos, serão muito importantes para este processo, e "assegurarão que a indústria acompanha o compromisso da UE para atingirmos a neutralidade em 2050”.