Albuquerque disponível para fazer obras das esquadras da PSP
"Se houver vontade do Ministério da Administração Interna para celebrar contratos com o Governo Regional, teremos toda a disponibilidade para realizar as obras", afirmou Miguel Albuquerque, referindo-se às esquadras do Porto Santo e da Calheta. Uma garantia dada na cerimónia do 143º aniversário do Comando Regional da Polícia de Segurança Pública.
O presidente do Governo Regional agradeceu o papel da PSP nestes "quase dois anos" de pandemia e sublinhou que a sua acção tem sido "determinante" para "ultrapassar uma situação" grave.
Comentando a intervenção do director nacional da PS, Magina da Silva que se referiu às acusações feitas à PSP, Miguel Albuquerque comparou as redes sociais a "um bêbado que fala para um candeeiro" e que "nunca interrompemos nem pedimos explicações".
Na primeira intervenção da cerimónia, o comandante regional da PSP, superintendente-chefe Luís Simões recordou a acção da polícia durante o Estado de Emergência, a boa relação com o Representante da República e a aplicação das regras de confinamento e contenção que foram adoptadas.
Ao Governo Regional agradeceu a colaboração permanente e o protocolo que foi assinado e que permite atribuir à PSP, na forma de investimentos, uma percentagem das multas cobradas na Região.
Uma colaboração que já permitiu, em dois anos, a realização de várias obras, a compra de 10 carros patrulha, um todo-o-terreno, 10 motociclos e diversos equipamentos.
Também destacou o apoio das autoridades de saúde para que os polícias da Madeira fossem dos primeiros, ao nível nacional, a terem a vacinação completa.
Luís Simões recordou, também, os números da criminalidade na Região que apresentam descidas significativas que nãos e justificam, apenas, pela pandemia. Já este ano, com as medidas de contenção muito mais atenuadas, há uma quebra de 3,5% na criminalidade geral e de -35% nos crimes graves. Também a violência doméstica tem vindo a descer.
O comandante da PSP da Madeira aproveitou para destacar as situações de "condução menos responsável" e os 16 mortos na estrada, em ano e meio.
A PSP vai ter mais agentes em funções operacionais, vai gerir a videosegurança, no Funchal e espera que sejam realizadas obras em várias esquadras.
Luís Simões também reagiu às "críticas injustas" que são feitas à polícia por "arautos de interesses particulares".
Magina da Silva, director nacional da PSP, pegou nesta deixa e referiu o caso específico do Porto Santo e da imagem que se "tentou passar" de que "estava a saque" neste Verão, o que é "falso". O superintendente-chefe elogiou a acção do comando regional que reforçou os meios no Porto Santo e lembrou que há 20.000 polícias em todo o país e se fosse necessário viriam reforços.
Magina da Silva lembrou os "tempos complexos" que vivemos, caracterizados pela "imprevisibilidade" e pelo que classifica como o "Direito pandémico", legislação que muda de quinze em quinze dias e à qual a polícia tem de adaptar.
A PSP tem garantido a aplicação das medidas de contenção da pandemia e destaca o papel de sensibilização, mas também mais enérgico que foi uniformizado ao nível nacional.
O director nacional não se escusou a comentar as críticas que são feitas à PSP e garantiu que "ninguém foge" às suas responsabilidades mas também não assumirá "as responsabilidades dos outros".
Magina da Silva referiu o inquérito que foi feito à população para avaliar o trabalho da PSP. "Vamos às redes sociais e ficamos com a sensação que somos todos racistas, xenófobos e uns bandidos", disse para depois acrescentar que os resultado do estudo que será divulgado brevemente é diferente".
José Manuel Rodrigues, presidente da Assembleia Legislativa da Madeira também discursou no aniversário da PSP e lembrou papel determinante desta instituição "num passado recente", recordando o 20 de Fevereiro de 2010, os incêndios de 2012 e 2016 e, agora, "na aplicação das leis e das regras de combate à pandemia".
Um papel decisivo para fazer da Madeira uma região segura. Também disse que é justo que "não se exija à Polícia a solução de problemas que não estão na esfera das duas competências", como é o caso do aumento de pessoas sem abrigo, aumento da mendicidade, dependências de álcool e drogas. "Estes são problemas sociais, não são questões policiais", garante.
Antes da entrega de condecorações a oficiais e agentes da PSP da Madeira, o Representante da República, Ireneu Barreto elogiou o papel da polícia durante a pandemia e o bom relacionamento com o comandante regional, Luís Simões.
"Assim queiram e possam os poderes públicos dotar a PSP, e as demais forças de segurança, dos meios materiais e humanos necessários para que consigam cumprir a vossa missão", afirmou.