Bairro da Penha de França deixou saudades
A freguesia do Imaculado Coração de Maria tem apenas 1,35 quilómetros quadrados, é uma das mais pequenas em área, em toda a Região, mas tem mais de 5.600 residentes.
Como acontece com a vizinha Santa Luzia, não tem uma zona de convívio. O centro de saúde é o do Bom Jesus, embora o do Monte fique mais perto.
A ‘união’ de freguesias não foi seguida na Madeira, mas há quem não se importasse.
Do que todos têm saudades é do Bairro da Penha de França, demolido há poucos anos.
“Os meus pais saíram daqui quando deitaram o bairro baixo”, lembra Elisabete Fernandes.
O bairro não estava muito degradado e custou ver partir muitos vizinhos.
“Se as pessoas cuidassem mais das casas… Às vezes as pessoas pensam que pode ser um bairro social a câmara tem de pagar tudo, mas as pessoas é que vivem lá dentro”.
A demolição “não foi muito bem aceite, foi um bocadinho complicado”.
O Imaculado é “uma freguesia pequenina, sem nada de especial. Falta muita coisa, falta um centro”. Por isso, admite que poderia haver união de freguesias.
“Acho que deveriam juntar esta com o Monte e talvez com Santa Luzia, não tem muita lógica não ser assim”.
Uma das vantagens seria ao nível do centro de saúde. “Esta gente não tinha necessidade de ir para o Funchal (Bom Jesus), iam ao Monte”.
Quanto à segurança diz que está melhor, “mas houve uma altura em que era muito complicado, muita droga, muitos roubos
“Já trabalho neste bar há 25 anos e houve uma altura muito complicada. Eu nunca tive problemas porque conheciam-me desde pequenina. Houve mais policiamento, muitos emigraram e muitos foram presos. Agora está muito calmo”.
Eduardo Costa não se queixa da junta, mas não diz o mesmo da câmara.
“Da junta não me posso queixar. Eu fui à câmara, em Julho fazer uma participação e marcaram-me uma audiência para o dia 4 de Outubro, por telefone, para falar com um fiscal. Fui à Junta de Freguesia e falei com o presidente e aquilo foi resolvido”.
Quanto ao resto “é o que se vê”, a freguesia necessita de muita coisa, mas falta dinheiro.
“Vai andando e quando se chega às horas das eleições arranja-se sempre uma maneira de fazer ver ao povo que a coisa está feita”.