Artigos

UMa desilusão

À beira de um novo ano académico, e quando a ‘corrida’ às candidaturas já estão em ‘velocidade de cruzeiro’, verifica-se que a oferta, na Universidade da Madeira (UMa), pouco difere da de anos anteriores. Se excetuarmos os Cursos ministrados pela Escola Superior de Tecnologias e Gestão, com uma Licenciatura e muitos Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTEsP) vocacionados para áreas em potencial ascensão, ao nível das saídas profissionais, a verdade que tudo o resto, seja ao nível de Licenciaturas ou Mestrados (sobretudo), é mais do mesmo. Não que as atuais ofertas não tenham qualidade. Geralmente têm, e muita. Mas a questão é outra: tendo em conta a realidade regional, e as necessidades de uma população cada vez mais envelhecida e empobrecida, continua a ser difícil compreender porque não há um esforço real na tentativa de voltar a apostar numa Licenciatura em Serviço Social, que já funcionou na UMa e que foi encerrada há aproximadamente uma década. Ninguém ignora o investimento exigível, ao nível da contratação de docentes doutorados e outros recursos humanos e materiais, para que possamos ter sucesso no regresso desse Curso à nossa Universidade. Como não ignoramos o facto de, em mais de uma década, quase nada ter sido feito para voltarmos a submeter uma proposta de candidatura à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. E que me corrijam se estiver errado. Se não se percebe o pouco interesse da Universidade, nesta matéria concreta, também é difícil perceber a falta de empenho dos órgãos de governo da Região, no que concerne à pressão que é necessário exercer para que possamos ter, de novo, esta importante oferta. Sobretudo quando é claro que as largas dezenas de profissionais, já licenciados pela UMa, nessa área, constituem boa parte dos técnicos, atualmente, no ativo desenvolvendo um trabalho excecional em prol de quem mais necessita. Por outro lado, ao nível dos mestrados na área das Ciências Sociais, a situação não evoluiu. Quando muitos licenciados aguardavam a abertura de um Mestrado na área da Educação e do Desenvolvimento Comunitário, que poderia ser um complemento importante aos titulares do 1º Ciclo nas Ciências da Educação, com ou sem minores em Educação Social e Educação Sénior, eis que meia dúzia de trapalhadas voltam a adiar tal oferta quando se mantêm 2ºs Ciclos, nesta e noutras áreas, com muito pouca procura e reduzido interesse entre potenciais candidatos. Resta-nos aguardar que a equipa reitoral, recentemente empossada, possa agir para que no próximo ano letivo possamos ser agradavelmente surpreeendidos.