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No rescaldo dos motins na África do Sul

Subitamente a África do Sul irrompeu numa onda de tumultos. As imagens fizeram manchetes em todo o mundo, perante uma comunidade internacional incrédula, que assistia à escalada dos saques e da violência ao longo dos dias, em algumas zonas do país, com especial incidência em Kwazulu-Natal e Gauteng.

Aqui na Madeira, ficámos chocados. Uma das maiores comunidades madeirenses, a que está radicada na África do Sul, e os sul-africanos atravessavam um dos piores momentos da história recente do país arco-íris.

Como comunidade que somos, em que a proximidade não é palavra vã, mas sim um verdadeiro compromisso de união, de comunhão de raízes, os contactos não se fizeram esperar. Foram constantes os telefonemas recebidos e efetuados, as mensagens e imagens trocadas em grupos de WhatsApp e do Messenger. Dia e noite. Foram as videochamadas e as chamadas para emigrantes anónimos, para empresários, para os conselheiros da Diáspora, para o corpo diplomático português.

Estávamos em contacto ao minuto. Nada era mais importante para nós e para a comunidade radicada na África do Sul. Aquilo que temíamos, acabou por acontecer: alguns empresários madeirenses viram os seus negócios abalroados pelos motins e pelas pilhagens. Mas, ao fim de cada dia, a grande vitória era saber que não tinha havido danos pessoais nem vítimas a lamentar.

Coincidência ou não – talvez um prenúncio de que tudo voltaria a acalmar – , o mundo celebrava por esses dias, o Dia Internacional de Nelson Mandela, o grande edificador da democracia, da união entre brancos e negros, no país das grandes esperanças. O homem responsável pelo fim do regime de segregação racial na África do Sul, o apartheid, que conquistou o respeito de adversários e críticos devido aos esforços em busca da paz. Estava na hora, mais uma vez, de a África do Sul seguir o exemplo e os ensinamentos de Madiba.

Agora no rescaldo dos motins na África do Sul é tempo de reconstrução. Aos nossos irmãos madeirenses que ajudaram a construir esta África do Sul, com o seu trabalho, empenho e sacrifício, digo que, mais uma vez, terão de demonstrar a sua força, a sua resiliência, a sua coragem, a sua valentia.

Ao longo dos tempos a nossa Diáspora já demonstrou a sua fibra. Os nossos emigrantes atravessaram mar e terra, longe dos seus e da sua terra natal. Arregaçaram mangas, sem nunca virar as costas aos desafios que a vida lhe colocou. Transformaram dificuldades em oportunidades. Singraram na vida. Contribuíram para a economia dos países de acolhimento e da sua terra Natal, a Madeira.

Neste momento de rescaldo, acredito que a comunidade madeirense conseguirá ultrapassar mais esta provação, e saberá, até, sair dela mais fortalecida.

Santana 21-25

Aceitei o desafio que os responsáveis políticos das freguesias do concelho de Santana me lançaram e sou candidato a presidente da Assembleia Municipal de Santana, pelo PSD. Há momentos na vida em que não podemos dizer que não. Em que cruzar os braços não é uma opção. Há momentos na vida em que deixar-se ficar sentado, é uma traição a tudo aquilo em que acreditamos. A tudo aquilo pelo qual sempre lutamos.

Este é o momento de dizer Sim! De dizer presente a Santana e aos Santanenses. Este é o momento de abraçar este desafio. Está na hora de todos juntos, simpatizantes e militantes do PSD-Santana, darmos a cara e deixarmos o conforto do sofá. É isso que estou e irei fazer de corpo e alma.

A grande transformação do concelho não aconteceu nos últimos dois anos. Santana não foi descoberta há dois anos. Houve quem trabalhasse antes por Santana, seja na Câmara, seja no Governo, e que fez muito pelo concelho de Santana, embora eu ache que ainda se pode, e se deve fazer muito mais.

Ainda me recordo de muitos sítios sem eletricidade, sem televisão nem rádio, sem acesso automóvel. Íamos a pé para a escola. As pessoas andavam mais de uma hora para ir à missa. Centros de Saúde eram uma coisa do outro mundo. Só havia um médico em Santana – que servia também a toda a Costa Norte – o Dr. Leonel Mendonça. Eram mais de duas horas de Santana ao Funchal nos autocarros do “Acurso”. Só podíamos estudar até a quarta classe, hoje o quarto ano. A partir daí, só indo para o Funchal, o que implicava custos insuportáveis para quase toda a população.

Tudo isto, felizmente, faz parte do passado, muito por causa dos governos e das câmaras do PSD.

Ainda hoje continuamos a transformar Santana. A Via-Expresso de São Jorge – Arco de São Jorge, a nova Praça e a recuperação do Centro de Santana, a estrada de acesso à Achada do Teixeira, as Queimadas (que estão, hoje, completamente diferentes), as obras nos centros de saúde, são apenas alguns exemplos.

Santana é um concelho que, começando no Pico do Areeiro, e passando pelo Ribeiro Frio, pelos Balcões, pela Fajã da Nogueira, pelas Queimadas, Pico das Pedras, Pico Ruivo, Boca das Voltas, oferece belezas e atrações da Natureza, que mais nenhum outro concelho da Madeira consegue oferecer. Somos um concelho com características únicas.

Temos de refletir seriamente sobre aquilo que queremos para o futuro de Santana. Em futuras Assembleias Municipais, podemos criar um Fórum de Discussão para debater, exatamente, que futuro queremos para o nosso concelho.

A Câmara Municipal de Santana tem de se assumir como um motor de desenvolvimento do concelho, e para isso tem de ter uma estratégia, tem de ter uma visão global. Isso não invalida que se mantenham ou se reforce os apoios sociais aos mais carenciados.

Todos sabemos o quão importante é a atração do investimento, seja através das empresas, seja através das pessoas. Todos sabemos que atraímos pessoas se trouxermos empresas, que criam emprego, geram riqueza e dinamizam a economia. Apostando, por exemplo, no investimento dos nossos emigrantes.

Santana não é monopólio de ninguém. É dos Santanenses. É para os Santanenses que continuaremos a trabalhar. Nós temos um projeto. Somos uma equipa. Não Somos uma pessoa só. Unidos iremos trazer um novo rumo para Santana.