Números de internamentos em UCI em Portugal com "tendência estável a decrescente"
O número de internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) regista uma "tendência estável a decrescente", com redução de cinco pontos percentuais face à semana passada, informou hoje o relatório de monitorização das "linhas vermelhas" para a covid-19.
"O número de casos de COVID-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou uma tendência estável a decrescente, correspondendo a 77% (na semana anterior foi de 82%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas. O maior número de internados observa-se atualmente na região de LVT [Lisboa Vale do Tejo] (106), onde foi ultrapassado o limiar crítico regional definido", refere o documento da Direção-Geral de Saúde (DGS) e do Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge (INSA).
De acordo com o relatório, na quarta-feira registaram-se 196 doentes internados em UCI, dos quais 54% correspondem à região LVT, representando 103% do limite regional de 103 camas definido no documento.
O grupo etário com maior número internamentos em UCI é o dos 60 aos 79 anos, tendo-se registado, nesta última faixa, 88 novos casos na quarta-feira.
"Salienta-se o aumento mantido deste grupo etário, tendo ultrapassado o número de internados no grupo etário dos 40-59 anos", lê-se no relatório.
Também a atividade epidémica do novo coronavírus SARS-CoV-2 regista "tendência estável a decrescente", apesar de se observar no Algarve uma incidência superior ao limiar de 480 casos em 14 dias por 100 mil habitantes, mas, no entanto, com uma redução de 15% em relação à última semana.
"Em 4 de agosto de 2021, a incidência cumulativa a 14 dias foi de 357 casos por 100 000 habitantes em Portugal, representando uma tendência decrescente", discrimina o relatório, assinalando o aumento da incidência na região do Alentejo, com 340 casos (mais 8% do que na semana passada).
O grupo etário com incidência mais elevada corresponde ao grupo dos 20 aos 29 anos (791 casos por 100 mil habitantes).
Já a faixa etária de 80 ou mais anos revelou "uma incidência cumulativa a 14 dias de 168 casos por 100 000 habitantes, que reflete um risco de infeção inferior ao risco para a população em geral", mas "é o único grupo etário que apresenta um aumento em relação ao observado na semana anterior. Este é o único grupo etário no qual se observa uma tendência crescente da incidência, podendo este crescimento vir a traduzir-se no aumento de internamentos em enfermaria e mortes nas próximas semanas".
No grupo de pessoas com 65 ou mais anos, é apresentada uma taxa de incidência cumulativa a 14 dias de 136 casos por 100 mil habitantes, valor inferior ao limiar definido de 240 casos por 100 mil.
Na passada quinta-feira, foi atingido o valor de 141 casos por 100 mil habitantes, apresentando uma tendência estável a decrescente.
Em comparação com o último relatório, o valor médio do R(t) desceu em todas as regiões do continente, com exceção do Centro.
"O número de reprodução efetivo, Rt, calculado por data de início de sintomas, para o período de 28 de julho a 1 de agosto de 2021, foi de 0,92 a nível nacional, bem como no continente. Observou-se um valor de Rt superior a 1 na região do Centro e Alentejo, indicando uma tendência ainda crescente da transmissibilidade e da incidência de infeção por SARS-CoV-2 / COVID-19. No continente, o valor mais elevado do Rt observou-se na região Alentejo (1,05)", adianta.
Na região Norte, o Rt desceu de 1,02 para 0,92, na região Lisboa e Vale do Tejo (LVT) de 0,94 para 0,87, e na região do Algarve, de 1,08 para 0,94, observando-se a subida na região Centro de 0,99 para 1,01, e na região do Alentejo uma estabilização ou ligeira redução de 1,05 para 1,05, tendência que se verifica há 60 dias.
O relatório alerta ainda que "mortalidade por covid-19 manter-se-á provavelmente elevada nas próximas semanas, dado o aumento de casos de infeção por SARS-CoV-2 acima dos 80 anos".
"Em 4 de agosto de 2021, a mortalidade por covid-19 registou um valor de 16,4 óbitos em 14 dias por 1 000 000 habitantes, valor superior ao limiar de 10,0 óbitos em 14 dias por 1 000 000 habitantes, definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC). Este indicador apresenta uma tendência crescente, que se poderá manter nos próximos dias, dado o aumento do número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 observado no grupo etário acima dos 80 anos", é acrescentado.