Biden homenageou polícias que enfrentaram ataque ao Capitólio com medalhas
O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, homenageou os polícias que enfrentaram ataque ao Capitólio, em Washington, em 06 de janeiro, ao conceder-lhes medalhas de ouro do Congresso, a maior condecoração do poder legislativo.
Joe Biden e a vice-presidente, Kamala Harris, realizaram na quinta-feira uma cerimónia no Jardim das Rosas, na Casa Branca, para assinar a lei que foi aprovada por unanimidade pelo Senado no início desta semana.
O Presidente dos EUA agradeceu às forças policiais por terem salvado as vidas dos membros do Congresso durante as "horas trágicas" do ataque.
"Compatriotas, vamos lembrar o que se passou. Foi uma tentativa violenta de derrubar a vontade do povo americano, de procurar o poder a todo o custo, de substituir o voto pela força bruta. Para destruir, não para construir. Sem democracia, nada é possível. Com ela, tudo é", disse Biden, relembrando o ataque que ocorreu no início do ano.
Muitos policiais foram espancados e feridos, em 06 de janeiro, enquanto os manifestantes pró-Turmp os empurravam para invadir o Capitólio e interromper a certificação da vitória eleitora de Biden. Alguns deles, incluindo quatro que testemunharam numa comissão de inquérito da Câmara dos Representantes, na semana passada, falaram sobre cicatrizes mentais e físicas duradouras.
Com a lei, as medalhas vão ser colocadas na sede da Polícia do Capitólio, no Departamento da Polícia Metropolitana, no próprio Capitólio e na Instituição Smithsonian (instituição educacional e de investigação associada a um complexo de museus).
Antes da aprovação do Senado, a presidente da Comissão de Regras, Amy Klobuchar, disse que as medalhas "são um reconhecimento que vai estar à mostra para que as pessoas entendam e lembrem o que esses policiais fizeram".
Amy Klobuchar adiantou ainda que as crianças do futuro poderão passar e ver as medalhas no Instituto Smithsonian e os seus pais dir-lhes-ão: "Isto aconteceu, este ataque aconteceu".
O Senado aprovou a lei por voto verbal, sem objeções dos republicanos. A Câmara dos Representantes aprovou o projeto em junho, quando 21 republicanos minimizaram o ataque, apoiando Donald Trump, votando contra.
Na cerimónia de assinatura da lei, a presidente da Câmara do Representantes, Nancy Pelosi, disse 06 de janeiro foi "um dia de tragédia excecional" para os EUA e elogiou a Polícia do Capitólio pela sua bravura e patriotismo.
"Estou tão triste que foi preciso uma tragédia desta natureza para que o reconhecimento fosse lhes dado", acrescentou Pelosi.
As autoridades estimam que em 06 de janeiro cerca de 10 mil pessoas marcharam em direção ao Capitólio e cerca de 800 invadiram o edifício.
Cinco pessoas morreram e cerca de 140 polícias foram atacados por manifestantes pró-Trump.
Até o momento, cerca de 550 pessoas foram indiciadas por acusações relacionadas ao ataque, incluindo 165 acusados de crimes de agressão às autoridades.