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China critica EUA por oferecer refúgio a residentes de Hong Kong

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O Governo chinês criticou hoje a oferta de refúgio temporário feita pelos Estados Unidos aos cidadãos de Hong Kong, como "tentativa vã de estigmatizar" a região semiautónoma e o Governo central da China.

O comunicado do gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Hong Kong surgiu horas depois de o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter feito aquela oferta, em resposta à crescente repressão exercida por Pequim contra a oposição pró-democracia na cidade.

Biden assinou um memorando que permite que os cidadãos de Hong Kong actualmente nos Estados Unidos fiquem no país a viver e trabalhar por um período de até 18 meses, em reacção à nova lei de segurança nacional de Hong Kong e outras medidas que minaram as liberdades na antiga colónia britânica, devolvida à China em 1997.

Esta medida surge também numa altura em que as relações entre China e Estados Unidos se encontram no pior nível das últimas décadas.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros disse que a medida de Biden "difamou a lei de segurança nacional de Hong Kong, interveio descaradamente nos assuntos de Hong Kong e nos assuntos internos da China, e atropelou o direito internacional e as normas básicas das relações internacionais".

Os EUA "teceram mentiras e caluniaram a lei de segurança nacional de Hong Kong, embelezaram descaradamente a violência antiChina em Hong Kong e ofereceram presunçosamente um chamado 'porto seguro'", acusou o ministério.

"É uma tentativa vã de estigmatizar Hong Kong, estigmatizar a China e tentar minar Hong Kong através de acções mesquinhas", acusou.

A oferta de Biden é a mais recente de uma série de medidas tomadas em resposta ao crescente domínio de Pequim sobre a região, incluindo a suspensão de um tratado de extradição com o território e do tratamento especial no comércio ou a imposição de sanções sobre várias autoridades de Hong Kong.

"Dadas as prisões e julgamentos por motivos políticos, o silenciamento da imprensa e a diminuição do espaço para eleições e oposição democrática, continuaremos a tomar medidas para apoiar o povo de Hong Kong", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.

A China impôs a lei de segurança nacional em Hong Kong em resposta a meses de protestos pró-democracia, em 2019.

As autoridades detiveram pelo menos 100 políticos, activistas e manifestantes da oposição, impuseram limites severos ao discurso político, reorganizaram o conselho legislativo local para garantir uma esmagadora maioria pró-Pequim e exigiram que todos os que ocupam cargos públicos provassem a sua lealdade à China.

Activistas pró-democracia no exílio pediram, no mês passado, ao Congresso norte-americano para aprovar legislação que forneça refúgio temporário e estatuto de refugiado permanente nos Estados Unidos.

Existem vários milhares de cidadãos de Hong Kong nos Estados Unidos que passam assim a ter o direito de permanecer e evitar a deportação, de acordo com o Departamento de Segurança Interna.

Psaki não descartou a extensão da medida além dos 18 meses, dependendo do desenvolvimento da situação em Hong Kong.