PSD não aceita que a população de Machico "seja usada como arma de arremesso"
A vereação do PSD eleita ao Executivo Municipal de Machico votou hoje contra a proposta de deliberação da Câmara que prevê a participação de 4% sobre o rendimento das pessoas singulares e, consequentemente, a manutenção do valor de 1% devolvido às famílias, por considerar que “a autarquia tem todas as condições para aumentar o valor dessa devolução, tanto mais nesta fase de retoma e quando são conhecidas as graves dificuldades que a população enfrenta, depois de ter perdido rendimentos em função da pandemia”.
Uma devolução de 1% que o PSD contraria, apresentando, em sentido oposto, uma proposta para que a participação da Câmara seja de 3% e para que, aos Munícipes de Machico, possa ser devolvido 2% do IRS, o dobro do montante que a Câmara devolveu no ano passado e quer devolver este ano.
“Julgamos não fazer qualquer sentido que uma Câmara que, em 2019 e 2020, teve saldos de gerência positivos em cerca de 1 milhão de euros, não possa, nesta fase difícil, aumentar esta devolução e, em nosso entender, existem todas as condições para duplicarmos esse valor e devolvermos 2% do IRS às nossas famílias”, explicam os vereadores social-democratas, que condenam esta falta de sensibilidade social, assim como a justificação prestada pelo Vice-Presidente da Câmara sobre o assunto, de que o Executivo só devolveria aos munícipes 2% quando o Governo transferisse a verba em falta.
“Ora, se existe uma verba a ser transferida pelo Governo Regional, somos os primeiros a defender que isso venha a acontecer na maior brevidade possível, mas julgamos que tal não impede a Câmara de ajudar mais as pessoas e de fazer o que tem a fazer no momento certo, havendo condições financeiras para tal”, reforçam os vereadores, afirmando que “mais importante do que arranjar guerrilhas com o Governo ou de usar os machiquenses como arma de arremesso, é encontrar soluções, porque foi para isso que o Executivo foi eleito e, não, para arranjar desculpas ou culpar terceiros a cada passo que deve dar e que, por incompetência e falta de vontade política, não dá”.
Moradores em risco e sem resposta há quase 3 anos
Também na reunião que teve lugar, o PSD lembrou uma preocupação expressa pelos residentes no Sítio da Travessa do Terço, nos Maroços, moradores que se sentem inseguros e em risco por causa de uma grelha que falta colocar, pela autarquia, no Ribeiro da Cal, na estrada agrícola do Pico Queimado, numa zona que apresenta sérios riscos principalmente quando se agrava a intensidade da chuva.
Uma preocupação que, conforme sublinham os vereadores, “já foi, inclusive, alvo de abaixo-assinado entregue, nesta autarquia, a 26 de Outubro de 2018, sem qualquer resposta até aos dias de hoje”, algo que consideram inaceitável, tanto mais quando se trata de uma situação “fácil de resolver, pouco onerosa e fundamental para a segurança das pessoas que aqui vivem”.
Vereadores do PSD que vão mais longe ao afirmar que, quando confrontado com o assunto, o Presidente do Executivo aparentou “desconhecer o problema”. “Um Executivo que não responde em quase 3 anos a um conjunto de moradores em risco e que, ainda, se mostra alheado da situação, é, sem dúvida, um Executivo que mostra bem a sua preocupação com os seus Munícipes e que pauta a sua atuação pela política de proximidade que tanto apregoa mas não concretiza”, rematam.