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Eleições Autárquicas Madeira

Crianças fazem falta numa freguesia envelhecida

Texto: Marco Livramento | Foto: Rui Silva/Aspress

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Inês Marques, que não dispensa o “sossego” das suas raízes, é uma das pessoas que dizem ter tudo o que precisam no "cantinho do céu" que é a Ilha. Viver longe do reboliço da cidade ou afastada da sede de concelho não é impedimento para levar uma vida agradável. “O barulho incomoda muito”, justifica.

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Há multibanco e ‘correios’. Não falta água nem luz. O principal acesso foi melhorado recentemente. Até o médico já regressou às consultas que a pandemia da covid-19 veio suspender. “O que se pode querer melhor?”, quando até a Casa do Povo tem um conjunto de actividades diversas para toda a população. Para uma boa parte dos habitantes da freguesia da Ilha, não falta nada naquele “cantinho do céu”.

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Sobre o isolamento da freguesia, reconhece que nem sempre é fácil, sobretudo no que toca a transportes públicos, mas Inês Marques apronta-se a justificar que não há pessoas e passageiros que justifiquem uma maior frequência. “Temos de nos habituar”. 

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E a falta de pessoas é o grande problema desta localidade serrana. Os números dos últimos censos não são muito animadores, pois em 10 anos perdeu mais de meia centena de habitantes, somando agora apenas 189 ‘almas’. É, por isso, uma das mais pequenas freguesias da Madeira em termos populacionais. 

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Quem também conta pelos dedos os jovens que existem na Ilha é Dora Bárbara. A proprietária do bar ‘A Parada’, mesmo junto à igreja, aprendeu, também, a contar os turistas que já foram mais. “A pandemia veio complicar tudo”, aponta, fazendo com que os locais sejam, agora, o garante para manter a porta aberta.

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“E não é que a gente não tenha tantas levadas e veredas boas para passear. Mas parece que os turistas agora não descem, não sei se falta alguma sinalização ou informação. Mas ultimamente são poucos os turistas que chegam à Ilha”, lamenta Dora Bárbara, um dos rostos da freguesia.

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Na Achada de Marques, como em muitos outros sítios da freguesia, é na agricultura que algumas pessoas encontram o seu sustento. Embora o limão seja 'rei e senhor' na freguesia da Ilha, o poios dão de tudo. Há quem se queixe dos poucos rendimentos obtidos com a venda dos produtos da terra, mas à falta de outro sustento "temos de nos sujeitar". 

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Por enquanto, é na pacatez dos dias que a vida vai correndo na Ilha, uma freguesia onde a disputa pela Junta foi ‘renhida’. Aqui, por dois votos se ganha e por dois votos se perde.