Açores não consideram para já prioritária vacinação entre 12 e 15 anos
Os Açores não vão dar prioridade, para já, à vacinação contra a covid-19 das crianças entre os 12 e os 15 anos, disse hoje o secretário regional da Saúde, Clélio Meneses.
"Esse é um assunto que, para nós, neste momento, não é prioritário, porque a nossa prioridade e o nosso investimento é vacinar 70% da população", justificou o governante.
Em conferência de imprensa em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, Clélio Meneses sublinhou que o Serviço Regional de Saúde (SRS) está a trabalhar para que, "durante o mês de agosto, toda a região possa atingir os 70% de vacinados, de forma completa".
A Direção Geral da Saúde (DGS) determinou, na sexta-feira, que deve ser dada a possibilidade de vacinação a todas as crianças entre os 12 e os 15 anos, por indicação médica e de acordo com a disponibilidade de vacinas, sendo prioritárias as que tenham cancro ativo, diabetes, obesidade e insuficiência renal crónica, entre outras.
Clélio Meneses lembrou que a região está a dar prioridade, neste momento, à vacinação dos estudantes do ensino superior, tal como ficou determinado por resolução aprovada no parlamento açoriano, por iniciativa do CDS, um dos partidos que forma o Governo de coligação nos Açores, juntamente com PSD e CDS-PP.
"É importante também que os jovens do ensino superior sejam vacinados agora, porque em setembro vão recomeçar ou iniciar o seu percurso formativo", explicou o governante, acrescentando que "é isso" que o SRS está apostado em concretizar.
O secretário regional da Saúde recordou que, atualmente, ainda se levantam dúvidas quanto à "segurança técnica e científica" da vacinação nas crianças entre os 12 e os 15 anos, o que, no seu entender, justificam que se faça, entretanto, um compasso de espera neste processo.
"Obviamente que há entendimentos científicos da validade desta vacinação e tudo isto está a ser ponderado", advertiu o governante, acrescentando que mesmo que a região quisesse iniciar a vacinação entre as crianças daquela faixa etária não teria capacidade para fazê-lo de forma imediata.
Na sua opinião, não faria sentido "decidir algo que não tem uma exequibilidade imediata", uma vez que os Açores estão ainda a vacinar açorianos de faixas etárias mais elevadas: "Há pessoas com 30 e 40 anos que ainda não foram vacinadas".
O titular da pasta da Saúde no arquipélago recordou que, das nove ilhas dos Açores, sete já têm "praticamente assegurada" a imunização de grupo de 70%, como prevê o Plano Regional de Vacinação, recordando que a região "está a trabalhar de forma intensa" para as que nas ilhas de São Miguel e da Terceira "isso também seja alcançado".
Os Açores têm, nesta altura, cerca de 60% de população com, pelo menos, uma dose da vacina contra a covid-19 e 56% com a vacinação completa.
A região registou nas últimas 24 horas 67 novos casos de covid-19 e 48 recuperações, tendo atualmente 534 casos ativos, segundo o boletim diário da Autoridade de Saúde Regional.
Desde o início da pandemia foram diagnosticados no arquipélago 7.809 casos, recuperaram da doença 7.083 pessoas, faleceram 38, saíram do arquipélago 89 e 65 apresentaram prova de cura anterior.
A pandemia de covid-19 fez pelo menos 4.247.231 mortos em todo o mundo, entre mais de 199,5 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, desde que a OMS detetou a doença na China em finais de dezembro de 2019, segundo o balanço da AFP com base em dados oficiais.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.412 pessoas e foram registados 977.406 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.